quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Um dia após o outro...

Ontem passei o dia inteiro me preparando psicologicamente para escrever um texto aqui, à noite. Mas a noite chegou, sentei-me em frente ao notebook, e nada me ocorria que valesse à pena deixar registrado. Não conseguia organizar as ideias, por mais que me esforçasse.
 
No corpo, o cansaço da noite mal dormida; na mente, o turbilhão de informações extraídas das últimas conversas com os profissionais que acompanham minha pequena; no coração, uma pesada sensação de desânimo.
 
Divaguei relendo os últimos posts e revivendo as alegrias que eles conseguiram eternizar e preferi adiar meus planos de escrever, optando por ler um livro.
 
A noite que se seguiu não foi tão exaustiva como a anterior, unicamente porque o responsável por atender às demandas de Leti era o papai, de acordo com nosso esquema de revezamento, mas, ainda assim, passou longe de ser a tranquila e energizante noite de sono que todo mundo deveria ter, já que, por diversas vezes, foi interrompida pelas batidas de porta de Leti, clamando por atenção.
 
Esta cena, que vem se repetindo aqui nas últimas semanas, tem nos levado ao limite da exaustão física e ontem, em particular, me desestabilizou.
 
O fato é que eu tenho uma maneira diferente (em relação a Samir, por exemplo) de lidar com o cansaço decorrente de uma noite de sono mal dormida.
 
O cansaço extremo causado pelo sono potencializa, em mim, sensações negativas, ativa a desesperança, me deixa extremamente "borocoxô". E era que me sentia ontem.
 
Dirigi para o trabalhando chorando, sem conseguir identificar, ao certo, o motivo das lágrimas.
 
Lembrava-me que Leti não estava em sua melhor fase. Com as alterações que fizemos em sua medicação, seu sono havia se desajustado, ela tinha voltado a se machucar (mas não com a intensidade do início do ano), estava produzindo pouco na escola... Lembrava da minha irritação de madrugada, ao tentar fazê-la voltar a dormir, sem êxito, às 3 da madrugada, quando ela acordara com a disposição de quem parecia ter descansado por oito horas seguidas. Sentia-me invadida por uma culpa sem tamanho por não ter tranquilidade para entender que seu corpo não pedia descanso naquele momento, quando o meu implorava por um pouco de tranquilidade.
 
Tudo era motivo para chorar...
 
Tenho, nos últimos dias, conversado com os profissionais que atendem minha pequena para pensarmos juntos na melhor formas de atravessar (mais) esta turbulência.
 
Mas o fato é que hoje, mesmo sem dormir bem, ela acordou melhor.
 
Foi à pedagoga cedo com o papai e, quando fui buscá-la, me recebeu com sorrisos e brincadeiras; passou a manhã inteira acordada na escola (coisa raríssima nas últimas semanas), permitindo-se participar de algumas atividades; no intervalo do almoço escolheu um desenho para ver no Netflix e proporcionou um delicioso e divertido programa de família para mim e para seus irmãos; venceu a tarde de maneira tranquila, sem cochilos, com direito a caminhada e natação e, à noite, me chamou para ler uma história antes que adormecesse.
 
Tenho convicção que este "dia fora da curva" em relação ao que temos vivido por aqui nas últimas semanas é uma aviso divino para tranquilizar meu coração e me mostrar que logo, logo, tudo estará nos trilhos outra vez.
 
 
 
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