sexta-feira, 29 de maio de 2015

A primeira vez a gente nunca esquece

Todos os caminhos hoje levavam ao Wet´n Wild. Estava louca para ir com Samir ao Forró das Antigas, dançar ao som das músicas que nos embalavam no início do nosso namoro.
 
Mas como costumo dizer que ser mãe é viver o imprevisível, o dia de hoje confirmou a regra.
 
Mateus quis ir brincar com o primo na casa da minha irmã e, quando fui buscá-lo, o Gordo, seu primo, meu afilhado, num tom muito confiante, disse que queria vir dormir em nossa casa e levantou-se para arrumar a sua mochila.
 
Nem ele, nem Biel tinham dormido sem os pais em minha casa antes, embora Teteu já tivesse dormido sem mim na casa deles diversas vezes.
 
Como ele manteve sua decisão, deixando meu pequeno transbordante de felicidade, optei por ficar em casa pageando os dois, para evitar que algo desse errado neste dia de estreia na casa da dindinha (para ele, na casa de Teteu).
 
A sintonia dos dois é uma coisa quase transcendental!
 
Quando cheguei no prédio de minha irmã para deixar Teu, ela disse que o Gordo estava num mau humor terrível! Mas foi só ver Teteu que uma mágica se operou e ele se tornou só sorrisos.
 
Chegaram em minha casa exaustos, mas ainda encontraram energia para brincar na brinquedoteca, fazer bagunça no banho, pular na cama, quando, finalmente, tomaram vitamina, ouviram atentamente a leitura de um livro, rezaram e dormiram.
 
O Gordo rezou a oração do Santo Anjo, depois do que pedi que os dois pensassem em algo muito bom que tivesse acontecido no dia para agradecermos a Papai do Céu.
 
Numa demonstração da sintonia que mencionei, quase que imediatamente, agradeceram: pelo Gordo (Teteu) e por Teteu (o Gordo).
 
E agora dormem tranquilos e felizes para recompor as energias para o dia que virá.
 
Sem dúvida, este será o primeiro de muitos dias em que estes dois dormirão juntos, compartilhando suas histórias de vida.
 













 

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Comunicante

Hoje, enquanto arrumava Leti para ir à Ciranda Pedagógica, ela relutava e dizia:

" - Fulano, não! Fulano belisca e bate".

Achei curiosa a referência mas a única coisa que me passava pela cabeça era uma alegria por Leti estar identificando seus colegas por suas características, como o "Beltrano que gosta de correr" do outro dia.

Mas ela estava muito insistente e resistente.

Então lhe perguntei se o Fulano havia lhe batido.

E ela confirmou: "- Fulano bate em Leti".

Orientei que se acontecesse, ela falasse num tom sério: "- Fulano, não gostei que me bateu", e que se não resolvesse procurasse Dudu.

Mas, obviamente, ao deixa-la lá, desci para saber o que de fato tinha acontecido.

O tal Fulano, de aproximadamente 12 anos, tinha chegado mais agitado na última quinta feira, um pouco desorganizado porque vinha de um parque desses de shopping e acabou batendo em Leti, que chorou com a agressão.

Disseram que não foi muito forte, mas ela sentiu.

Chamaram ele, promoveram um pedido de desculpas, explicaram a Leti o que havia acontecido e pronto.

Mas para Leti não ficou enterrado. Ela compartilhou em casa e, apesar de tudo ter se originado de uma agressão (ainda que leve), perceber que minha filha conseguiu comunicar o seu desagrado em casa, dias depois do ocorrido, me deixou IMENSAMENTE FELIZ!

Depois que me explicaram o que havia ocorrido, antes de ir embora, fiz questão de voltar para dizer a Leti que tinha conversado com Gabi e que ela tinha explicado o que tinha acontecido. Que naquele dia Fulano estava chateado e, por isso, tinha batido nela, mas que isso não iria acontecer de novo. E, caso acontecesse, ela deveria falar sério com ele que não tinha gostado, e contar a Gabi.

Senti seu olhar de atenção e gratidão pelo apoio. E uma enorme sensação de que uma nova etapa no processo comunicativo da minha filhota se inicia...

domingo, 10 de maio de 2015

Dia das mães é todo dia

Eu já sabia que este dia das mães seria diferente. O marido, sem perceber e com meu consentimento, comprou uma passagem para o outro lado do mundo para realizar um sonho, com uns amigos: assistir um mega jogo da semifinal da Champions League.
 
Apesar de não falar nada, no íntimo, esperava que ele, antes de viajar encomendasse um lindo buquê de flores, escrevesse um cartão igualmente lindo, e pedisse para a floricultura me entregar hoje cedo, para tentar amenizar a ausência que sabe que sentiria hoje.
 
Mas ele não fez. E não porque não quisesse amenizar a saudade, nem porque não se importasse com o meu dia das mães. Mas simplesmente porque a sua maneira de demonstrar amor é outra.
 
Esperei algo de Lipe também. Um cartão, uma mensagem, um sanduíche especial de manhã cedo, uma mesa arrumada com um sousplat diferente... sei lá! Algo que me mostrasse que ele tinha perdido um pouquinho do seu tempo para fazer algo pra mim. Mas Lipe é filho do pai.
 
E eu, que sou tão calorosa, e acho que dias especiais merecem demonstrações especiais de carinho,  me frustrei um pouco.
 
Hoje entendi a reação da minha mãe quando não era acordada nos dias das mães com uma cesta de café da manhã encomendada pela família. Hoje entendo que não era pela cesta em si. Mas pelo zelo que ela representava. E pelo que ela desencadearia: um café da manhã com todos reunidos.
 
Racionalmente, sei que as pessoas têm a sua forma de ser e demonstrar o que sentem, e não tenho a menor dúvida do imenso amor tanto do meu marido, como dos meus filhos por mim. O "eu te amo tanto" de Samir cedinho no Whatsapp, o abraço apertado de Lipe ao acordar, que quase não desgrudava de mim, o terremoto de beijos de Mateus, o sorrisinho de Leti ao me entregar o cartão feito na escola... Reconheço o valor de cada uma destas demonstrações de amor. E sou muito grata por isso. Pelo amor que transborda em minha família.
 
Mas abrir as redes sociais hoje ao longo do dia e ver tanta coisa linda, tantos eu te amo em apresentações diferentes, me deixou meio melancólica, intensificou a falta do marido em casa e fez com que sentisse necessidade de fazer esse desabafo, pra ver se esse sentimento se dissipa logo...

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Feriado em Santo Amaro - Enseada do Caeiro

Bendita seja a minha irmã e sua nova fase fuçante-procurante-de-oportunidades-para-viagens-em-família!
 
Eu estava em São Paulo, a trabalho, quando ela de sopetão falou de uma promoção para um fim de semana no Enseada do Caeiro. Já tinha ouvido falar do hotel, sempre o associava a uma qualificação positiva (mesmo sem saber de onde havia tirado tal conclusão), mas, de fato, dele apenas sabia que ficava na região de Santo Amaro, Bahia.
 
Mas como o preço estava convidativo, o pacote ainda incluía jantar (além do café da manhã), e a promessa era que fosse uma viagem para toda a família, acabamos resolvendo ir.
 
No final, fomos: nós, minha irmã e família, meus pais e a sogra da minha irmã com seu cunhado. Tentei arrastar minha sogra, mas ela não quis ir de jeito nenhum.

 
 
A proposta era de um fim de semana tranquilo num hotel fazenda. A presença dos primos e a existência de uma piscina me dava a forte sensação de que os pequenos se divertiriam muito!
 
E eu não me enganei!
 
Confesso que como Mateus e Lipe são de fácil adaptação aos ambientes, meu termômetro para avaliar uma viagem acaba sendo Leti.
 
E como ela estava feliz neste fim de semana!!!!
 
A piscina, mesmo sem a presença firme do nosso astro sol, conseguiu entreter minha pequena por um bom tempo, fazendo-a deixar de ficar pedindo comida o tempo todo, como é de costume.


 
Além da piscina, ela se permitiu conhecer e explorar outros ambientes, viver outras experiências.
 
A expressão dela era de pura felicidade, com poucos espaços para estereotipias.


 
Bem verdade que ela tomou um brigadeiro da mão de Clarinha, filha de uma amiga querida que também estava lá, arranhou o rosto do primo, querendo chamar a sua atenção, ficou tentando desenhar com cuspe nos lençóis da cama, fez xixi na roupa logo ao chegar...
 
Mas isso foi nada se comparado a tudo de lindo que fez e mostrou ao longo do fim de semana.
 
Foi delicioso passear para procurar os animais da fazenda com ela, vendo-a tentar uma comunicação com as vacas fazendo "mú" e se assustar com um super "mú" de resposta; foi lindo vê-la desenhar com os primos; foi surpreendente atender o seu pedido pra se balançar na rede comigo; foi fofo vê-la procurando tio Guga e pedindo para tio Felipe brincar de esconder; foi maravilhosa a sua iniciativa de pedir para ir brincar no parque; foi super gratificante perceber seu interesse, sua felicidade e sua disposição para aproveitar o fim de semana em família. Ela estava livremente linda!










Fomos na sexta, 01/05, e chegamos lá por volta de meio dia. O tempo não ajudou muito. Na sexta choveu, fez frio, mas, mesmo, assim, as crianças aproveitaram destemidas todos os espaços disponíveis. Piscina debaixo de chuva? Por que não? Não vai molhar mesmo???

Apesar de o site do hotel informar a existência de atividades de ecoturismo, acabamos aproveitando nossos dias lá para usufruir simplesmente da estrutura do hotel, que é simplesmente LINDO!

A vontade que dava era de fotografar cada cantinho. E várias vezes! Uma área verde estonteante, com as edificações completamente harmônicas, rodeadas de lagos e muitos animais. Se pudesse escolher uma imagem para representar o paraíso, a de lá seria uma forte candidata!

Mateus, com sua bota sete léguas, travou uma séria batalha em busca do afago de um coelho. Os coelhos se multiplicavam pelos espaços mas, bastava meu pequeno se aproximar, que eles fugiam, gerando uma inconsolável frustração.

Jô, a simpatissíssima atendente do restaurante, percebendo sua decepção, resolveu dar uma mãozinha, compartilhando sua estratégia para conseguir tocar no bichinho: lhe deu um biscoito de água e sal e recomendou que lhe oferecesse. Com a ajuda de Lipe e do papai, ele, ainda que por um curto espaço de tempo, conseguiu acarinhar o coelhinho, o que foi suficiente pra deixá-lo imensamente feliz.





Segundo o papai, um processo metamofórmico acontecia no hotel ao cair da noite: coelhos transformavam-se em sapos!

Por mais inusitada que a tese pareça, quase chegou a me convencer. É que durante o dia víamos coelhos a torto e a direita por todo o hotel e, à noite, só o que encontrávamos eram sapos. Um caso, no mínimo, para estudo! rs




Mateus se divertiu muito com os primos: na piscina, na grama, no parquinho, nos quiosques, na praia, ops, no manguezal...

Alimentou peixes com pães, e se assustou com seus mega pulos; brincou com brinquedos, jogos, livros e apetrechos artísticos trazidos de casa; pulou corda com amiguinhas; jogou bola; fez vovó e vovô de gato e sapato; encheu todos que cruzavam o seu caminho de sorrisos; comeu direitinho; experienciou uma sensação diferente na praia-mangue de solo escorregadio; catou conchinhas para presentear a família; cavou um buraco na praia de onde brotou uma água que não secava nem com toda areia que jogávamos em cima; pulou, correu, se escondeu...






















Na hora de ir embora, foi um parto! Subiu chorando e reclamando, querendo ficar por lá.

Lipe, pra ser muito sincera, não curtiu muito o passeio. Mas não chegou a reclamar.

Entrou oficialmente na adolescência no dia anterior e não se interessou muito pelas opções de lazer oferecidas pelo hotel, mais voltadas ao público infantil.

Mesmo assim, em alguns momentos pôde ser visto brincando com os irmãos e primos, resenhando com o avô e se deliciando com os quitutes do local. Na maioria das vezes, entretanto, ficava procurando um sinal de wifi para se comunicar com seus amigos ou, quem sabe, uma namorada (e se alguém souber, favor me informar, porque ele não me conta NADA).





No sábado, nos divertimos muito juntos jogando vôlei! Eu não jogava há no mínimo 20 anos, mas me diverti muito, mesmo saindo com os braços vermelhos. Neste dia, depois do jogo, ele ficou um tempão brincando com os pequenos e perturbando meu juízo. No bom sentido, é claro!




Eu procurei respeitar seu momento, entender que realmente não haviam muitos atrativos para sua idade, deixando-o à vontade para as comunicações com a tribo; mas, vez por outra, procurava integrá-lo em algum momento com todos. Consegui também, algumas vezes, lhe dar uma atenção exclusiva, já que, como a viagem foi em comboio, em alguns momentos o cuidado com os pequenos estava a cargo de outras pessoas deixando-me mais livre para pagear meu primogênito.

Apesar de não ter sido o melhor fim de semana da sua vida, em momento algum meu filhote ficou de cara feia, reclamando do passeio. O que, para mim, considerando experiências anteriores, demonstra amadurecimento.

Algumas impressões do hotel:

1) O atendimento do hotel é muito bom! A atendente (não chamo de garçonete porque a impressão que dá é que ela faz mais além de servir) era de uma presteza emocionante! Muito atenciosa, cuidadosa e cada gesto seu, para mim, transparecia enorme espontaneidade. No primeiro dia, Mateus, na hora do almoço, ao acabar de comer, vomitou tudo. Eu estava com Leti na piscina nesta hora. Mas todos disseram que foi ela que se aproximou dele para posicioná-lo para terminar o que tinha começado da melhor forma, tirou sua roupa, o limpou e limpou o local.  Sem que ninguém pedisse nada.

Os garçons da piscina, igualmente prestativos. Vi umas tangerinas nas cestas de frutas para roskas e fiquei com uma vontade louca de tomar um suco de tangerina, que não constava do cardápio. Me disse que sairia como se fosse roska, mas sem álcool. Como lhe disse que queria espremido, como o de laranja, imediatamente providenciou fazê-lo para mim. O mesmo aconteceu com o camarão. No cardápio saía com casca ao alho e óleo e sem casca feito de outra forma. Pedimos o sem casca ao alho e óleo e fizeram para a gente. E estava tão gostoso, tão gostoso, que comemos três porções!

2) O lugar afastado fez com que temesse a qualidade da comida, já que o mais cômodo seria fazer todas as refeições por lá. Mas aprovei simplesmente tudo o que comi. O jantar, incluído na diária, era muito diversificado e saboroso; o café da manhã, igualmente variado

3) Apesar de haver uma praia na frente do hotel, não é própria para banho. Serve para compor o clima do local, ou, no máximo, para uma experiência num tipo de praia diferente. Para banho, nem pensar!

4) À noite, a pouca luz do espaço conjugada com os sons dos animais, é um convite ao descanso. Não há programação noturna badalada para interessados. Mas, para mim, não fez a menor falta! Consegui, no sábado, dormir às 21h. Nem me lembro a última vez em que isso aconteceu. Na noite anterior, alternava cochilos na rede com vista para o verde com a leitura de um livro que levei até a hora de dormir de verdade.







5) Os quartos são aconchegantes, mas sem luxo. Crianças acomodadas em camas auxiliares no chão, decoração rústica. Frigobar vazio (para acomodar algo trazido de casa), ar condicionado, chuveiro quente e TV sem programação por assinatura. Roupa de cama e banho limpas e cheirosas. Pra mim, tudo ótimo!

Para mim, a viagem foi SENSACIONAL!

Além de ter ficado super satisfeita com as acomodações e com todo o clima de paz do fim de semana, foi bom demais compartilhar estes momentos com a minha família.

O entrosamento tão lindo de Mateus com os primos permitiu que se esquecesse do grude que fica comigo quando viajamos só nós cinco, deixando-me mais livre para dar assistência aos outros ou até para curtir o ócio; a companhia e o apoio dos meus pais, que dormiram uma noite com Leti para podermos descansar mais, nos proporcionou uma reconfortante noite de sono; as conversas, as risadas, as brincadeiras, os momentos para simplesmente estarmos juntos fizeram deste fim de semana um fim de semana prá lá de especial.




 
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