domingo, 31 de agosto de 2014

Sempre há o que celebrar...

O filho mais velho passa pela sala e pergunta quem vem tomar café conosco. Logo depois, passa o maridão e faz a mesma pergunta.

As perguntas confirmam a constatação que me levou a arrumar uma mesa de café especial para fechar o nosso fim de semana igualmente especial.

Percebi que só usava as coisas lindas para pôr uma mesa diferente quando tínhamos visita em casa (ou quando me propunha a fazer um jantar romântico para o maridão).

E o fato de termos tido um final de semana tão singelamente especial me levava a querer celebrar este momento.

Na verdade, nosso café-janta de domingo não teve nada demais. Só amor! Comemos tudo o que costumamos comer, mas numa embalagem mais arrumadinha. O bolinho feio, mas gostoso, que fiz com Teteu no sábado (ou as sobras dele rs), foi à mesa, acompanhado de pães recém aquecidos no forno, cuscuz, sopa, frios, ovos mexidos, suco, leite, café... Sentamos os cinco, coisa rara no domingo à noite, e, sem que se dissesse nada a respeito, tivemos um delicioso momento de cumplicidade familiar.



Quando no sábado cedo recebi a mensagem da secretária avisando que faltaria ao trabalho porque o marido estava doente, fiquei imaginando que a maratona de mãe-em-tempo-integral começando mais cedo me deixaria exausta.

É que costumo reservar os sábados pela manhã, já que os dias úteis são para dar conta de trabalho e  dos compromissos dos filhos sem o auxílio do papai, para dormir um pouco mais, malhar, ou, simplesmente, curtir o ócio.

Este sábado foi diferente. O sono e ócio ficaram para outro momento. Preparei o café para Lipe e o amigo que havia dormido aqui na véspera. E, como os pequenos intercalaram as sonecas diurnas, pude dar uma assistência melhor a cada deles, já que o mais velho tinha companhia. Enquanto Leti dormia, aproveitei para explorar o bairro a pé com Teteu, coisa que nunca havia feito, no vício automático do carro. Também fizemos o bolo de laranja que foi para a mesa do café hoje à noite. Quando Leti acordou, o momento foi de brincadeiras em família: esconde-esconde, roda e jogos. Depois que Teteu dormiu, foi a hora da assistência exclusiva à princesa: brincadeiras simbólicas, hora da arte e histórias...

À tarde, tentamos ir ao Museu Costa Pinto conferir a programação mas, por conta da dificuldade de estacionamento, acabamos seguindo logo para o que seria a segunda parte da nossa tarde: Centro Histórico de Salvador.

Tomamos o bom e velho sorvete na Cubana e seguimos para o Pelô, coisa que amo fazer com os pequenos (Lipe se incluiu fora da programação).



No caminho para a praça, nos deparamos com uma estátua viva que sempre encontramos por lá. Mateus que vinha no meu colo, na mesma hora quis descer para colocar um dinheirinho na caixinha e ver a interação do artista. Leti ficou paralisada prestando atenção...



Quando chegamos à Praça Pedro Arcanjo, já finalizavam a apresentação da Boiada Multicor, que Leti tinha amado na semana anterior, e, para a nossa grata surpresa, iniciavam o cortejo que marcaria a abertura do espetáculo do Teatro Griô, Um Passarinho me Contou.



Assisti, grudada com Leti e Mateus às histórias do Grupo, e, como sempre, nos deleitamos, super atentos, com cada uma delas.



Depois foi a hora do show que nos levou ao Pelô: Grupo Canela Fina. 

Quem me conhece sabe que curto o show tanto quanto, ou até mais que, meus filhotes. E desta vez não foi diferente, apesar de alguns probleminhas no som. A praça estava repleta de gente, uma energia intensamente contagiante, um show lindo! E uma coisa me chamou àtenção: várias crianças com deficiência dividiam aquele espaço. Impressionante como o Grupo Canela Fina tornou-se uma referência em inclusão. De emocionar...



Chegando em casa, a janta ficou por conta do papai que, assumindo o papel de mestre cuca, foi fazer para a família a sua especialidade: pizza! 

Teteu comia e dizia: "- papai que fez!" Tão lindo!!!!

Terminando o dia, depois de deixar os pequenos dormindo e o mais velho na balada, foi hora de os papais se despirem dos papéis de papais.

Com a primarada reunida, fomos conferir o show promovido pela 2GB, empresa de dois primos: Skank e Tuca Fernandes. O show superou nossas expectativas, a companhia dos primos valeu muitas risadas e assegurou a diversão da noite!



Mas o fim de semana estava ainda na metade...

No domingo pela manhã, o maridão, conhecedor das limitações da esposa que beira a terceira idade, resolveu levar os pequenos para a casa da vovó, me proporcionando uma deliciosa manhã de sono.

O almoço na casa da vovó foi de gordurices e resenha em família. E a ele se seguiu uma tarde de soneca para papai, Leti e Teteu, enquanto mamãe e Lipe colocavam as fofocas da balada da noite anterior em dia (na verdade, a mamãe tentava, em vão, coletar informações da night).




Como restava ainda um fim de tarde a ser explorado, aproveitamos para fazer algo que não fazíamos há tempos: fomos para o MAM - Museu de Arte Moderna.



Minha irmã foi com meus afilhados lindos, o que deixou a tarde ainda mais maravilhosa!










As crianças pintaram e se esbaldaram naquele cenário lindo que só a Bahia de Todos os Santos tem. E dali, voltamos para a casa, ao ponto onde este post começou...

Agora digam se não tive motivos de sobra para fechar a noite, e o fim de semana, de maneira especial...


quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Enfim, um rastro de maturidade...

Já faz tempo que evito escrever sobre Lipe aqui. Ele está crescendo, mais inserido no mundo cibernético que eu e com uma privacidade que precisa ser preservada. (não que a dos pequenos possa ser invadida, mas a percepção desta privacidade e das suas consequências faz, sim, uma grande diferença).

E ao longo de todo esse período de silêncio tenho vivido, como todas as mães, as (poucas) dores e (muitas) delícias de ser  a sua mãe.

Minha maior queixa sempre estava relacionada à escola; ao seu comportamento e a sua postura diante das responsabilidades a ela inerentes. E eu sempre aguardava a chegada do dia em que, finalmente, ele amadureceria e exigiria de mim menos cobranças, cedendo espaço para mais leveza em nossa relação.

A sensação que tenho é que este dia está chegando.

Ele continua brincando muito em sala de aula, as notas permanecem medianas, mas consigo enxergar dentro dele um outro garoto; mais crescido, mais amadurecido, mais comprometido, mais família, mais antenado ao mundo ao seu redor...

Tenho tentado lhe dar mais autonomia, apostar mais na sua capacidade de resolver problemas e focar mais nas suas qualidades que nos defeitos.

Paralelamente, ele tem contado com acompanhamento psicológico de um homem, jovem, com quem possa criar uma certa identificação, facilitando o diálogo.

O fato é que tenho notado mudanças.

Percebo mais responsalibilidade com as obrigações escolares, mais disponibilidade para dividir comigo os assuntos correlatos, uma sincera boa vontade na ajuda com os irmãos, mais fome de informação...

À vezes fica difícil acreditar que só tenha 12 anos de idade, tamanho o interesse que demonstra por tudo que se passa pelo mundo afora (e tamanha a quantidade de informação que acumula a respeito destes seus interesses). Ele, de fato, é fruto do mundo globalizado!

Esta semana, quando voltávamos da escola, ele conversava com Júlia, filha de uma grande amiga, sobre o ataque às torres gêmeas com tanta propriedade que parecia ter vivido aquele momento. A riqueza de detalhes foi tanta que Júlia lhe perguntou como ele tinha ficado sabendo daquilo tudo. Ao ouvir que tinha sido em um jornal, a amiga não escondeu o espanto e lhe perguntou se ele era bom em história. Ele titubeou e respondeu: - mais ou menos.

Neste momento tive que intervir e responder que não, ele não era bom em história. Era excelente! Como um garoto que sabe o que se passa no Oriente Médio, se interessa por guerras mundiais, conflitos étnicos, sabe dos problemas econômicos da Argentina, conhece detalhes do islamismo, aponta as características que nos distinguem dos países europeus pode não ser bom em história. E acrescentei que notas em provas de história não eram os únicos indicativos da sua competência na disciplina. (embora eu não me oponha a excelentes notas no boletim... rs)

É lindo vê-lo crescer, apropriar-se do mundo, construir sua história, conservando o carinho com a família, e especialmente com os irmãos. É gratificante constatar sua inteligência, não a refletida em notas, mas demonstrada no dia a dia, nos bastidores. É instigante não ter respostas para suas perguntas desconcertantes. É fascinante aprender com ele!

Linda maturidade...



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