quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Compreendendo sentimentos

Leti ultimamente só quer saber de assistir Monstros SA. Sabe as falas de cor, fica atenta, ri, comenta...

Ontem, nos brindou com um, aliás, dois comentários que me encheram de felicidade.

Numa passagem do filme, Célia, a namorada do Mike, o abordava para reclamar do incidente ocorrido no dia anterior, no restaurante, quando comemoravam o seu aniversário. Ela estava visivelmente furiosa!

Leti, observando a cena, comentou: - tá zangada!

Pouco tempo depois, diante da cena em que Sulley, desolado, caminhava pela fábrica com uma caixa de lixo compactado, achando que a garotinha Bú tinha sido estraçalhada junto com o lixo, ela me solta um: - tá tiste!

Quase tive um enfarto! (rs)

No ano passado, quando na escola trataram da história da Branca de Neve e os Sete Anões, aproveitei para tentar falar de sentimentos com a minha pequena que ainda opera muito no concreto.

E comecei justamente com o zangado, o triste e o feliz! Tentava mostrar, em momentos do nosso dia a dia quando estávamos tomados por estes sentimentos. Mas, na maior parte das vezes ela usava o zangado como sinônimo de triste, não conseguindo diferenciá-los. E não contextualizava direito. Nos machucava de alguma maneira e falava "zangado, tiste", como se esperasse de nós essa reação, depois do que dava risada.

Perceber ontem ela usando os dois sentimentos no contexto adequado foi emocionante!

E melhor que isso é perceber que, diariamente, ela tem dado mostras de compreender mais o mundo ao seu redor e seus sentimentos em relação a este mundo.

Já faz algum tempo que ela usa as expressões "êba!", quando está feliz com alguma coisa, e "ô ow", com entonações bem distintas, quando, por exemplo, se machuca acidental ou propositadamente.

E enquanto ela vai identificando que os personagens do seu desenho favorito estão tristes ou zangados, a mamãe aqui fica como o casal abaixo, também do seu desenho preferido: cada vez mais apaixonada!



segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Novidades

Quando estamos na garagem do prédio esperando o elevador, e vejo que a luz do acionador apagou, anunciando que o elevador chegou, brinco com Leti, contando "1,2, 3 e já", para a porta abrir.

Outro dia, quando ela chegava da escola ansiosa de fome, e não aguentava mais esperar o elevador que demorava chegar, ela disse "qué contá um, dôs, tês..."



Enquanto Mateus dança o "eu quero tchú, eu quero tchá...", ela canta: "eu quero two, eu quero three, eu quero four, eu quero five...".



Ela vinha sentindo falta da aula de música, que permanecia de férias. Sabendo da saudade, lhe dizia que a aula estava prestes a começar, mas explicava que pró Angelita, neste semestre não lhe daria aula, porque estava cuidando do bebê que tinha nascido. Ela, imediatamente, respondeu: "Pó Kala", fazendo referência a Carla, baixista do Grupo Canela Fina, que já havia substituído Angelita em uma falta no primeiro semestre. Fiquei boba de felicidade ao perceber que ela tinha entendido exatamente tudo o que eu acabava de falar.



Semana passada, no carro, ela brincava com um livrinho de brinquedo da fischer price, que tinha sido seu, quando bebê, e agora pertencia a Mateus. Virava as páginas, ouvia as musiquinhas, se divertia... Num dado momento, o livro disse: "o pato gosta de nadar". Na mesma hora, ela completou: "- igual o peixe". 

Sua fono sempre falou da importância da generalização; de transpor um conhecimento específico para algo mais amplo. E fomentava atividades com comparações para se chegar a este resultado. Vê-la, espontaneamente, fazer sua primeira comparação (generalização) foi emocionante!


Por hoje, é só!


quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Notícias do Desfralde (ou seria, a novela do desfralde?)

Quem acompanha a nossa vida, sabe como estamos felizes com a boa fase pela qual Leti está passando. Ela está mais organizada sensorialmente, mais comunicativa, mais esperta, mais feliz! E isso me revigora, me enche de energia.

Mas havia um ponto fora da curva! Seu controle esfincteriano tinha piorado consideravelmente, discrepando da fase de evoluções pela qual minha pequena vinha (e vem) passando.

O xixi na roupa havia virado regra e, cada vez menos, ela nos brindava com o xixi no vaso ou no penico. Eu estava ficando estressadíssima com a situação que, além de estar recorrente em casa, se estendia para a escola, a Ciranda e os locais públicos e privados que frequentamos.

Dei um passo para trás e voltei a deixá-la de fralda para ir à maioria dos lugares. Mas estava muito incomodada com isso.

Até que, para incluir escola, Ciranda* e família no resgate das habilidades que ela já havia conquistado, resolvi manter um controle mais próximo da sua rotina urinária por algum tempo.

Fiz uma tabelinha para poder registrar os horários em que fazia xixi na roupa, o tempo que ficava de fralda, as ocasiões em que, pedindo ou não, fazia seu xixi no lugar certo, o tempo que ficava sentada para fazer o xixi...

Queria descobrir se havia algum padrão em sua rotina, para poder ajudá-la levando-a, em horários mais adequados, ao banheiro.

A tabelinha era preenchida em casa, e enviada para a Ciranda e para a escola durante a semana.

Acredito que, o compromisso de preencher os dados acabou implicando mais todo mundo neste processo, que funcionou muito bem.

Passadas duas semanas, a evolução é gritante!!!

Hoje, raramente (muito raramente mesmo!), Leti tem feito xixi na roupa. Normalmente, pela manhã, faz xixi duas vezes (em casa ou na Ciranda), na escola, duas ou três vezes, e, à noite, em casa, também duas vezes, separadas pelo intervalo médio de uma hora. E os horários em que vai ao banheiro são quase sempre os mesmos.

Ainda não tem pedido para ir ao vaso, precisamos levá-la ao banheiro nos horários padrões para garantir a manutenção do seu controle esfincteriano, mas sinto que, em alguns momentos, ela segura o xixi para fazer na hora que levamos (porque, assim que  se senta, faz logo um xixizão rs) e isso já é um grande progresso.

Estou feliz e otimista em relação aos próximos capítulos dessa novela chamada desfralde, que começou há um ano atrás...




* Ciranda é o nome da clínica onde ela tem feito um trabalho de terapia de grupo.

domingo, 4 de agosto de 2013

Emagrecer Já!

Quando Leti começou a fazer natação, em março, tinha grande esperança que perdesse um pouco de peso, já que passaria a fazer atividade física 5 vezes por semana. Mas, contrariando todas as minhas expectativas, passados 4 meses, percebi que tinha engordado 4 quilos! Me desesperei e resolvi tomar umas providências.

Marquei um endócrino, fui conversar com a nutricionista da escola, e, imediatamente, fiz uma pequena mudança em sua rotina alimentar.

Não conseguia entender como uma criança que não come fritura, não toma refrigerantes, não come salgadinhos, biscoitos recheados, dentre outras coisas, e faz atividade física 5 vezes por semana pode engordar desta maneira!

Uma providência já tinha tomado. Estava mudando, gradativamente, o leite que tomava.

Ela tomava, duas vezes por dia, pela manhã e pela noite, 300ml de ades de morango. Quando vi a quantidade de açúcar que o dito cujo tinha, quase caí para trás. Pela manhã, passei a lhe dar uma vitamina de banana com leite desnatado (sem açúcar) e, à noite, passei a diluir o ades, para não tirá-lo bruscamente, e não perder o que já havia comprado. A partir de então, ela tem tomado metade do copo de leite desnatado e metade do ades.

Depois de conversar com a nutricionista, e de discutir a rotina alimentar da minha pequena, fui, atendendo a sua sugestão, pedir a opinião da psicóloga sobre nossa conduta de dividir a comida de Leti, para lhe dar a impressão de comer mais.

E ela concordou com a ponderação da nutricionista, com a qual também concordei, depois de um instante de reflexão, de que dividir a comida em 2, 3 pratos, reforça a gulodice da minha pequena.

Depois da conversa com a nutricionista e com a psicóloga (e antes da consulta com o endócrino e a consulta efetiva com a nutricionista), algumas outras mudanças foram implementadas na vida de Leti.

Antes, a rotina alimentar de Leti incluía:

5:30h - 300ml de ades morango
8:00h - aipim, batata doce, banana cozida ou cuscuz
10:00h - fruta + suco
12:00h - almoço (dividido em dois pratos) + suco
15:30h - lanche da escola (fruta, suco e complemento - biscoito, bolo ou sanduíche)
18:00h - sopa (dividida em três pratos) + suco
20:00h - 300ml de ades morango

Como achava o ades ralinho, acreditava que precisava incrementar seu café da manhã. Mas, para lhe dar a sensação de comer mais, optava por dar este complemento um pouco mais tarde.

Tanto no almoço, como na janta, sempre dividia sua comida, também para atender ao seu (recorrente) pedido de mais. Achava que dava a mesma quantidade de comida, porque os pratos subdivididos eram menores, mas, sinceramente, hoje já não tenho tanta certeza...

Há dez dias, sua rotina alimentar mudou:

6:30h - 300ml de vitamina de banana com leite desnatado sem açúcar
9:00h - aipim, batata doce, banana cozida ou cuscuz
12:00h - almoço (um prato) sem suco
15:30h - lanche da escola
18:00h - janta (um prato) sem suco
20:00h - 100ml de leite desnatado + 100ml de ades morango

Leti aceitou as mudanças com tranquilidade. Achei que fosse ser mais difícil.

Sempre pede o suco depois das refeições, mas respondo que não tem e ela aceita.

De manhã, acabo envolvendo-a na TV até às 6:30h para tomar o leite mais tarde e, como a vitamina é mais substanciosa, consegui suprimir seu lanche sem remorso.

Do que mais reclamou foi da substituição da sopa pela janta. Mas com um prato de comida apenas (do qual reduzo a quantidade de carboidrato) se sente saciada. Passei a ficar mais perto, para garantir que coma  mais devagar, e acho que isso contribui para sua sensação de saciedade.

Conforme previsto pela nutricionista, como efeito colateral, a quantidade de urina noturna de Leti reduziu consideravelmente. Eu chegava a trocar sua fralda até duas vezes por noite e, ainda assim, vazava para a cama e ela acordava molhada. Com a retirada da sopa e do suco, desde o primeiro dia, não tenho trocado sua fralda e a cama tem acordado seca.

E o melhor, com uma semana de mudança, ela emagreceu 800g. Até seu professor de natação percebeu que a barriga diminuiu de tamanho.

Sei que não terei o mesmo resultado ao passar de cada semana, porque seu organismo vai se acostumando com a nova rotina, mas acredito que estamos seguindo o caminho certo e que, com disciplina e empenho, ela estará, pelo menos, se aproximando do máximo previsto para sua idade e estatura.


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