sábado, 31 de março de 2012

O que te move?

Nunca fui muito engajada em movimento social algum. Sou o tipo de cidadã passiva. Leio, estudo, posso ter uma opinião formada sobre determinado assunto palpitante, posso discuti-lo numa roda de amigos, mas dificilmente irei para as ruas defender um posicionamento. É vergonhoso, reconheço. Mas é verdade. Sou assim. Não sei se por genética, se por criação, se por falta de convívio em ambientes mais potilizantes... Nunca fui envolvida em grêmios, diretórios acadêmicos, partidos políticos... Nem para as assembleias da minha associação profissional, para reivindicar por melhores condições de trabalho e melhores salários, eu vou. Já até tentei, mas me senti tão inexpressiva que desisti. Um erro, eu sei. Poderia tentar me fazer ouvir. Me esforçar para ser expressiva, mas sempre acabo priorizando as necessidades mais urgentes, que precisam ter uma resposta imediata.

Pela primeira vez, me sinto motivada a participar de um movimento. Um movimento pela conscientização do autismo.

No dia 2 de abril, meu aniversário, é comemorado o Dia Mundial de Conscientização do Autismo. Neste dia, instituições de todo o país estarão aproveitando para trazer o assunto à pauta, para reivindicar por políticas sociais que assegurem o direito dos autistas, para lutar contra o preconceito, para desmistificar a visão distorcida que se tem do autista.

Infelizmente, em nosso país ainda não existem políticas públicas efetivas que assegurem os direitos dos autistas. Infelizmente, não há atendimento público de qualidade para crianças, jovens e adultos autistas. Infelizmente, muitos casos de autismo sequer são diagnosticados, dificultando uma intervenção que possa promover uma melhora na qualidade de vida do autista. E, mesmo com tantos casos ainda não diagnosticados, as estatísticas insistem em mostrar que o número de pessoas dentro do espectro autista  aumenta a cada dia.

Até Leti ter uma suspeita de autismo (que até hoje não foi confirmada), a única referência que eu tinha sobre o assunto era a de Dustin Hoffman, no filme Rain Man.

O autista, para mim, era aquela pessoa introspectiva, ecolálica (hoje sei que esse é o termo correto para o diálogo consistente em repetições descontextualizadas), antisocial e com habilidades intelectuais fora do normal.

Mas o autismo tem diversas nuances. Pode se manifestar desde sempre. Ou pode ser detectado apenas depois de uma determinada idade. Pode vir associado a um retardo mental. Ou a uma inteligência destacada. Pode trazer, ou não, uma limitação motora. Pode comprometer, em graus diferentes, a habilidade de comunicação. Normalmente acarreta dificuldade na interação social. Muitas vezes se associa a estereotipias e interesses inadequados a alguns objetos.

O autismo está em todos os lugares. Ele não tem cara. Quem olha para minha pequena, não diz que ela é autista. Principalmente se não souber sua idade. Ela aparenta ser apenas uma criança mais nova. E é assim com muitas pessoas. Você, como eu, pode se surpreender, descobrindo que mais pessoas do que imagina, do seu convívio, podem estar dentro do espectro autista.

E estas pessoas podem ter um melhor prognóstico se viverem num meio de pessoas sem preconceito, se puderem ser estimuladas desde cedo, se tiverem capacidade de contar com um atendimento de qualidade, se vivenciarem um processo sério de inclusão... É isso que desejo! E esse desejo me move, me motiva. É ele que me levará amanhã, junto com meu marido, e meus dois filhos mais velhos, para o Farol da Barra, para uma caminhada promovida pela AMA/BA, às 9h, para tentar chamar atenção da sociedade para essa sensível questão, que ainda se mostra tão enigmática, quando não desconhecida, às pessoas.

 Vamos lá?



quarta-feira, 28 de março de 2012

SER MÃE É...

Ficar feliz e super descansada quando consegue dormir quase 8h de sono: das 21:30 às 0:00h, de 01:00h a 03:45h, das 06:30 às 07:30 e das 10:30 às 12:15.

sábado, 24 de março de 2012

Excelente Troca

Nas últimas férias, Lipe perdeu seu video game portátil (Nintendo DS3D), num passeio ao shopping com sua tia.  

Depois de refazermos seu roteiro e tentarmos localizar o brinquedo, sem sucesso, demos nosso tradicional sermão, ressaltando a importância de ter cuidado com as nossas coisas, e deixamos claro que ele não ganharia outro. Caso quisesse um, teria que juntar sua mesada para poder comprá-lo.

Sabendo que amigos nossos iriam aos States em abril, começou a juntar seu dinheirinho para encomendar outro jogo, já que o preço cobrado lá é infinitamente inferior ao praticado pelas lojas daqui.

Mas, quando conversávamos esta semana, enquanto eu o levava para o inglês, ele veio me contar que já que não conseguiria juntar o valor necessário, tinha achado melhor aproveitar o dinheiro que conseguiu acumular para comprar uma chuteira.

Obviamente, apoiei na hora!

sexta-feira, 23 de março de 2012

Um pouquinho de ciúme não faz mal

As pessoas ficam curiosas para saber como estão Lipe e, principalmente, Leti, depois da chegada do irmão. 

É fato que a chegada de um bebê desestrutura uma casa e sua rotina, já que um recém nascido demanda muitos cuidados, e acaba concentrando nele todo o foco de atenção, principamente nos primeiros meses de vida.

E não foi diferente por aqui. Estamos todos - ainda - vivendo nosso processo de adaptação.

Lipe se apaixonou à primeira vista pelo irmãozinho. (Cá entre nós, acho que ele deposita neste irmão a expectativa de viver o grande amor fraternal que Leti ainda não lhe corresponde).

É super carinhoso com o irmão, não pode ouvir seu choro que logo corre para saber o que aconteceu, se tentamos acalmá-lo e ele demora de parar de chorar, logo dá seu palpite, mandando carregá-lo em pé ou amamentá-lo, adora segurá-lo no colo e fica todo satisfeito quando percebe que o irmão o segue com os olhos. LINDO, LINDO, LINDO!

Mas, na primeira noite de Mateus em casa, também sucumbiu ao ciúme. 

Naquele dia, Samir anunciou que dormiria no quarto de Leti; eu, no de Mateus, e ele, no dele.

Ao perceber que estaríamos ocupados com os menores, logo reivindicou: - e eu, vou dormir sozinho, é?

Respondi que ele poderia dormir em seu quarto porque não acorda mais de madrugada e, por isso, não precisaria dos nossos cuidados à noite.

Pareceu entender, mas quando viu que nos preparávamos para dormir, desligou a televisão (sem que eu mandasse #milagre) e se entocou na cama (de solteiro) comigo, no quarto de Mateus. Acabou adormecendo por lá mesmo, todo espremido, ao meu lado.

Nos dias em que Samir está no interior, e que coloco Leti e Mateus para dormir em meu quarto, ele sempre pega seu travesseiro, e vem nos fazer companhia em minha cama. E, ai de mim, que fale alguma coisa...

Estas são suas únicas, e sutis, demonstrações de ciúme.

Às vezes quero exigir de Lipe uma postura mais amadurecida, mas não posso esquecer que ele ainda é uma criança, e até imatura para sua idade (apesar de muito inteligente). E, na disputa de atenção com Leti e Mateus, ele acaba saindo prejudicado, por ser mais velho. Tenho procurado, na medida do possível, lhe dar atenção e lhe incluir em alguns momentos de curtição com os babies. Também tenho aproveitado os momentos que vou levá-lo ao inglês para conversarmos mais intimamente e para fazermos algo diferente, como ontem que fomos para uma orgia gastronômica na Doces Sonhos. Sinto que ele fica feliz quando temos esses momentos só nossos. E fico feliz também de poder, por alguns instantes desta turbulência que está a minha vida, curtir meu primogênito, que está numa fase diferente, e cheio de interesses e descobertas.


Com Leti, o processo foi diferente!

Inicialmente, sua reação foi de indiferença. Passava por Mateus e olhava através dele, como se ele não existisse. Esta, para mim, era a pior reação que poderia esperar. Mas não durou muito.

Da indiferença, passou para a hostilidade. Uma recusa, quando a chamávamos para olhar o irmão; um tapa no rosto dele, quando teve uma oportunidade; um pedido de colo para mim ou Samir, a depender de quem estivesse carregando o pequeno.

Ela, visivelmente, estava querendo demarcar seu território, mostrar quem é que manda no pedaço.

Adorei! Ela, finalmente, estava percebendo que tinha mais alguém em nossa família. E demonstra isso em alguns momentos. Quando ele chora, e perguntamos quem está chorando, ela responde: - Teteu! De vez em quando cantarola uma paródia que fizemos de uma cantiga que ela gosta (Teteu, Teteu, cadê você, Teteu?), sempre que pode, está no quarto dele, observando (e mexendo em) cada coisinha...

Estes momentos de hostilidade e curiosidade, vez por outra, têm sido intercalados com pequenas demonstrações de carinho. A melhor parte! Algumas vezes, quando estou na poltrona do quarto de Teu, amamentando-o, ela se aproxima, quietinha, faz um carinho em sua cabeça, e se afasta logo. Samir fica tenso, preocupado, com medo d'ela agredi-lo de alguma forma. Eu sempre espero para ver o que ela vai fazer. Fico em alerta para contê-la caso seja necessário, mas tenho sido surpreendida positivamente com esses seus insights de ternura com o irmão.

Acho que o saldo já é muito positivo e que a perspectiva é melhor ainda. Posso apostar que eles serão grande amigos!



terça-feira, 20 de março de 2012

Livre Demanda

Eu andava desesperada! Meu Deus, como esse bebê chora!!!! Minha última semana foi de grandes lamentações. De cansaço e stress. Até que, conversando com minha querida amiga Lú, descobri que bebês são diferentes, têm rotinas diferentes, mesmo que tenham saído da mesma barriga.

Descobri a pólvora!

Mateus não tem cólicas, não sofre com o refluxo (regurgita com um sorriso nos lábios), ele chora de fome. 

Sim, fome!

E não precisa de complementação, como cheguei a cogitar. Precisa de intervalos de tempo mais curtos para ir ao peito. E só! Simples assim.

Lipe tinha uma rotina super estruturada desde bem novinho. Seu estômago era como um reloginho e respeitava os intervalos de 2/2h ou 3/3h para mamar. Leti precisava ser acordada para comer. Nunca precisei amamentar nenhum dos meus filhos em intervalos de tempo inferiores a 2 horas. Achava que todo bebê era assim.

Até minha sábia amiga Lú relatar que, tanto seu filhote, como outros quatro bebês que nasceram na mesma época, eram os famintinhos de Rio das Ostras e mamavam quase que de hora em hora. Meninos são mais gulosos, não são? Ela me perguntava.

São? Não sei...

E não é que são! No dia seguinte, passei a oferecer o peito toda vez que Mateus chorava e eu não conseguia acalmá-lo com o meu colo e carinho.

O resultado foi recompensador: bebê tranquilo e feliz! E sem nenhum episódio de choro estatalado, daqueles que parecem que o bebê pode ficar sem oxigênio a qualquer momento, no dia.

Por que eu não pensei nisso antes?

Obrigada, amiga!


segunda-feira, 19 de março de 2012

O começo do fim

Há aproximadamente 10 dias resolvemos suspender a dieta sgsc de Leti (maiores informações sobre o início da dieta: aqui).

Seguimos firmes e sem fugas por 3 meses, mas, ao final destes 3 meses, não percebemos alterações que justificassem as limitações impostas a minha pequena.

Não sei se o tempo foi curto, não sei se para ela talvez a dieta não seja aconselhável, mas o fato é que, mesmo com a adesão total da família, que foi cúmplice neste processo, ajudando sempre a manter a dieta firme, não senti mudanças substanciais nos aspectos que considerava importante.

As estereotipias continuam da mesma forma. É verdade que ela tem batido menos com a cabeça na parede e no chão (muito menos!), mas, em compensação, começou a se morder no antebraço (até dormindo se morde).

O contexto da atitude, em si, não remete a uma intenção autodestrutiva, já que, diferentemente do que faz em mim, quando está contrariada, em seu braço não costumam ficar as marcas dos seus dentes. A sensação que dá é que sua atitude simboliza uma espécie de protesto, quando está chateada com alguma coisa.

Continua com o balanço, com o flapping, com a "estereotipia salivar", que se transforma a cada dia...

Continua dormindo muito mal e a pele não apresentou qualquer melhora.

Na verdade, a manutenção da dieta no dia a dia é super tranquila, já que ela não é muito seletiva. O problema aparece quando vamos a aniversários. Mesmo levando seu bolo, e/ou algum docinho, é difícil contê-la diante das guloseimas, o que vinha sendo conseguindo a custa de muito jogo de cintura.

Mas, na semana passada, uma festinha na escola me fez repensar os rumos da dieta.

Apesar de estar mandando seu lanche sgsc para a escola, achei impraticável, no dia da festa, mandá-la para a escola, permitir que participasse da festinha de aniversário da colega e, no momento auge da celebração, quando as crianças sentam juntas para fazer o lanche diferente do trivial (composto de bolo, brigadeiro e pãozinho - só o que a escola permite), segregá-la, impondo-lhe o lanche trazido de casa, frustrando, assim, suas expectativas gastronômicas.

Teria, portanto, duas opções: ou faltaria a aula, ou sairia da dieta.

Como há relatos de que uma simples fuga da dieta acarreta mudanças (para pior) imediatas no comportamento, resolvi pagar para ver, mandando-a para a escola e autorizando que lanchasse a mesma coisa oferecida aos colegas.

Ela ficou feliz da vida! E não houve qualquer retrocesso em seu comportamento.

(Será que estaria valendo a pena tanta restrição?)

Além disso, outros fatores falaram a favor da suspensão: a impossibilidade de encontrar seu leite de arroz, que está em falta no mercado, o alto custo dos produtos sgsc utilizados como alternativa para seus lanches, e a disciplina necessária para administração de todas as dez doses de suplementação vitamínica que faz uso diariamente.

Tudo isso seria bobagem se estivéssemos vendo os resultados.

Decidimos então suspender definitivamente a dieta. E observar. Caso percebamos que algo saiu do eixo depois da mudança, retomamos a dieta com mais segurança de que este é o caminho certo a ser trilhado.

quarta-feira, 14 de março de 2012

Dilemas de uma Mãe de 3

O mais complicado para mim, nessa estreia como mãe de 3, é conciliar os cuidados que um bebezinho (chorão) precisa com a atenção que precisa ser dispensada a meus dois outros filhotes. Principalmente à noite, quando os três estão juntos em casa (e normalmente acordados), a babá já foi dormir e o maridão está tenso com a situação, a 350km de distância.

Quando está acordado, Mateus só fica no colo. Não sei se porque quer denguinho, não sei se porque sente cólicas, não sei se porque está gripadinho, ou se por nenhum dos motivos anteriores... Se o coloco no berço acordado, ele chora. Se o coloco dormindo, durante o dia, (normalmente) ele também chora. Confesso que às vezes perco a paciência. Mas, conto até 10 e resgato-a para cuidar do meu rebento. (Só me dou ao luxo de perdê-la por completo quando Samir - ou minha mãe - estão em casa, e podem acalmá-lo por mim).

E como meu pequeno ficou viciado em colo (né, Mari?), as noites de Leti têm se resumido a episódios gravados de Pocoyo; as de Lipe, a programas esportivos; e as minhas a tentativas frenéticas de colocar o baby logo para dormir, para tentar dar uma atenção de qualidade aos mais velhos.

Mas uma coisa é boa. Apesar de não dormir (no berço) durante o dia, à noite, quando dorme, ele dorme mesmo. Por umas 4 horas seguidas. Então, quando dorme cedo, consigo ler um livro pra Leti, brincar um pouco, e colocá-la para dormir sossegada.

E depois que os dois dormem é que paro para dengar o meu bebezão. Sento junto para assistir o que ele está assistindo (ouvindo todos os seus empolgados comentários), jogo um jogo de tabuleiro, ou simplesmente conversamos deitados em sua cama até que ele adormeça.

Mas infelizmente, minhas noites não têm uma regra. Mateus ainda não estabeleceu sua rotina. Sempre dorme bem à noite. Mas o horário que essa soneca longa inicia sempre sofre variações. E se dorme mais tarde, acabo ficando sem tempo pra Lipe e Leti: Lipe, porque tem que acordar cedo para ir à escola, então não pode dormir tarde; Leti, porque chega esgotada da escola e não consegue dormir tarde.

Isso me deixa apreensiva, triste, preocupada. Fico com medo de me tornar uma mãe relapsa para meus filhos mais vellhos, por conta da demanda que tenho com o caçula.

Na verdade, acho que estamos todos ainda num processo de adaptação. Mateus, estabelecendo sua rotina; Leti e Lipe, descobrindo como é ter que dividir a atenção da mãe com mais um; e eu-mãe, procurando a melhor forma de aproveitar meu tempo de maneira a continuar dispensando a atenção necessária a cada um dos meus filhos.

E quando resolvi colocar Lipe e Leti para estudarem em turnos opostos, já estava prevendo que teria esta dificuldade. Hoje vejo que foi uma decisão mais que acertada.

Pela manhã, quando Lipe está na escola, tenho procurado tirar um tempinho para ficar com Leti. Mas tem sido difícil, porque é quando Mateus mais exige o - meu - colo. E também porque fico tão exausta com as madrugadas quebradas, com as acordadas dos dois pequenos, que quando ele dá uma trégua e dorme, eu acabo dormindo também.

Durante as tardes, quando Leti está na escola, tenho procurado voltar a acompanhar os estudos de Lipe. Tínhamos combinado que ele faria suas tarefas e estudaria sozinho, e eu avaliaria seu desempenho ao final da unidade, ficando, obviamente, disponível para tirar suas dúvidas. A intenção era exercitar sua autonomia e me liberar um pouco do papel-chato-de-mãe-cobradora. Mas o negócio não estava funcionando direito. Ele estava fazendo tudo do jeito dele (leia-se rápido e mal feito para poder ir logo brincar), e ficamos com medo da situação se tornar irreversível. Voltei, então, a corrigir suas tarefas e a tomar suas lições. 

Apesar de não ser a melhor forma de dar atenção ao meu pequeno, acho que é uma maneira de mostrá-lo também que não o estou deixando à toa...

Por enquanto, na base da tentativa e erro, vou buscando descobrir a melhor, e mais equilibrada, maneira de ser mãe de 3.


Obs.: Você pode estar se perguntando como uma mãe que lamenta tanto a falta de tempo pode estar conseguindo tempo para blogar numa frequência maior do que quando estava grávida. Explico. Tenho encontrado mais motivação para escrever, com medo que os acontecimentos se percam em minha memória. E tenho feito os posts nos fins de semana, quando Samir está em casa, e deixado programados para serem publicados ao longo da semana. Este, por acaso, acabei de escrever, numa linda tarde de quarta feira, quando Leti está na escola, Lipe no futebol, e Mateus resolver me desmentir e dormir por quase duas horas em minha cama.
 

momento raro

terça-feira, 13 de março de 2012

1 MÊS

No dia 25/02, sábado, Mateus completou seu primeiro mês de vida. Da mesma forma que aconteceu com seus irmãos, fizemos um bolinho para comemorar e vários amigos aproveitaram para vir nos ver.

A consulta do primeiro mês à pediatra aconteceu 6 dias depois, quando ele estava medindo 56cm, e pesando 5,105kg.

Fui à consulta com 3 preocupações: ganho de peso, icterícia e refluxo.

Estava achando a mama murcha e com medo do leite não estar sendo suficiente para alimentá-lo, já que, durante o dia, ele demandava o seio em intervalos de tempo mais curtos. Ledo engano! Ele engordou 1,105kg em 22 dias, quando bastaria engordar 550g.

Ele continua amarelinho e, portanto, ictérico, mas a pediatra achou que poderíamos esperar um pouco mais para dosar sua bilirrubina, e pediu que voltássemos em uma semana para ela avaliar a necessidade do exame. Passei a semana meio neurótica, olhando bobagens na internet e já imaginando o pior. Voltamos uma semana depois (na última sexta feira) e, como ele continuava amarelinho ela pediu o exame com urgência, já que estaria saindo de férias na segunda. Sua bilirrubina deu maior que a referência, mas baixa, segundo a médica, o que a fez pensar que o caso dele seja um caso típico de icterícia prolongada pelo uso do leite materno, cujo tratamento, às vezes, exige a suspensão da amamentação por dois dias. No caso dele, ainda bem, não precisamos suspender o LM.

Falei também que estava achando que ele poderia ter refluxo, já que, muitas vezes, o percebia com a expressão de desconforto, com uma carinha azeda, apesar de não chegar a golfar. Também, nos últimos dias, ele havia estado mais choroso, e querendo ficar no colo o tempo todo. Ela falou que o quadro era típico de refluxo, mas, como ele estava ganhando peso direito e estava conseguindo dormir, não era necessário introduzir medicação.

Na semana seguinte, quando fomos avaliar a icterícia, ele foi pesado e ganhou, em uma semana, apenas 65g. Nesta semana passou a golfar muito e a ficar mais irritadiço. Diante da situação, ela achou melhor prescrever medicação para o refluxo.

Com dois dias de medicação, acho que ele passou a golfar menos, embora continue ainda muito choroso, irritado e querendo ficar o dia inteiro no colo.

Ainda bem que à noite ele dorme.
 


Papai arrumando-o para a "festa"
Em clima de carnaval

Parabéns!!!


segunda-feira, 12 de março de 2012

Feliz de quem tem amigos

Na última sexta feira, Lipe não deu trabalho para acordar para ir à escola. Pelo contrário, às 5:40h, estava de pé, ao lado da minha cama, de banho tomado e de farda. O motivo? Logo eu descobriria. Pela primeira vez três amigos da escola viriam passar o dia em nossa casa e ele estava superhipermega ansioso para mostrá-los todas as opções de entretenimento da nova morada. A ansiedade estava estampada em seus olhos!

Quando decidimos que nos mudaríamos, como disse aqui, um dos principais fatores que nos levou a comprar o apartamento que compramos foi a infraestrutura oferecida para crianças. Mas, apesar das inúmeras opções de lazer, desde que nos mudamos, há aproximadamente um mês e meio, Lipe pouco tinha se animado para descer e usufruir delas, continuando ligado na tríade televisão-video game-computador.

É que como ainda não conhecía ninguém no condomínio, e como não estava liberado para convidar os colegas da escola, porque a casa - e o quarto dele - estavam desprovidos de armários e decorados com malas e caixas por todos os lados, ele ficava desmotivado para descer e brincar só (perfeitamente compreensível).

Então, assim que os armários do quarto dele foram montados, ele logo cobrou o direito de visita dos colegas, no que foi prontamente atendido.

Quando chegou da escola com os colegas, estava eufórico, querendo mostrá-los ao mesmo tempo tudo que o condomínio oferecia.

Passou o dia perdido pelo condomínio, brincando, e à noite, apesar de adorar dormir tarde às sextas feiras, foi vencido pelo cansaço e apagou logo depois que a mãe do último colega veio buscá-lo.

---  x ---

Também nesta semana, começou a fazer futebol aqui, como eu havia mencionado, e tão somente a matrícula já tinha sido suficiente para enturmá-lo com os futuros colegas. 

Com o início das aulas, como era de se esperar, e com o contato mais ostensivo com as crianças, ficou mais motivado a descer para jogar bola (que ele ama) e para tomar banho de piscina.

É gostoso de ver sua empolgação para as aulas de futebol, seu entrosamento com os novos amigos, e a diminuição do seu interesse pela odiosa tríade, em detrimento das atividades ao ar livre proporcionadas pelo condomínio.

Agora começo a sentir que valeu à pena a nossa escolha e sinto que, num futuro bem próximo, ao invés de "brigar" com Lipe para ele descer para brincar, vou ter que impor limites para que ele pare mais tempo em casa.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Curtinhas

Ontem, levando Leti à terapia, ao passarmos em frente ao Hospital Aliança, ela falou: " - vai po médico". (É para lá que ela vai sempre nos casos de emergência).

Passados alguns metros, ao nos aproximarmos do Centro Médico Salvador, ela falou: " - Tia Êata (Renata)"

Quase estatalei! Renata era sua fono, cujo consultório fica no Centro Médico Salvador, e com quem ela não tem atendimento há mais de um ano. Fiquei impressionada com sua memória. Principalmente porque quando ela fazia suas sessões, ela nem falava ainda.

Isso só mostra a importância de conversar sempre, e sobre tudo, já que, quando menos esperamos, Leti nos mostra que nenhuma informação que lhe é dada é inútil, e que ela anda antenada em tudo que faz parte da sua vida e da sua rotina.

Nem preciso falar da minha felicidade por todo o resto do caminho.

No dia anterior, ela se aproximava do fogão, quando eu corri tentando contê-la, porque o forno tinha sido desligado a pouco tempo. Ela foi mais rápida, mas ao perceber meu desespero, encostou suas mãozinhas com cautela na porta do forno e logo as tirou, sussurando um "-tá quente!".

Sempre que vou dar comida a ela e está quente, falo que está quente, que tem que assoprar, para estimulá-la a exercitar o assopro (habilidade muito fomentada pelas fonos). Ela, novamente, mostrou que aprende tudo que lhe ensinamos.

E o mais legal deste episódio é que, apesar d´ela ter um vocabulário relativamente extenso, as palavras que o compõe são normalmente substantivos, relacionadas, portanto, a coisas concretas, visíveis, e, ao falar (e entender) o quente, ela demonstra que seu aprendizado está em ascensão e aberto para a compreensão de expressões mais abstratas.

Temos que aproveitar essa brechinha...

quarta-feira, 7 de março de 2012

Banho de balde

Ao completar seu primeiro mês de vida, Mateus viveria algumas experiências novas. Estava tudo planejado! Experimentaria o sling, seria massageado aos moldes do shantalla e tomaria banho de balde.

Antes de mergulhá-lo no balde, voltei ao blog amigo de Ivana, para reler um post antigo que lembrava que ela havia escrito sobre o banho de balde.

Aqui vale abrir um parêntese. O primeiro comentário sobre o post tinha sido meu, e olha o que escrevi em setembro de 2010: "Deu até vontade de tomar banho de balde! Pena que não conhecia, não pude dar nos meus filhotes e não terei outro para experimentar a ideia... Vou fomentar a ideia para os sobrinhos. Beijão". E sua resposta foi profética: "Jana querida, os planos de Deus podem não ser os seus!! Quem sabe não vem um terceiro por aí??? bjos!! Ivana". Fecho o parêntese.

Depois de reler o post, assisti a uns videos no youtube para tentar aprender a técnica antes de partir para a prática.

Em alguns, o banho era banho mesmo, com asseio, sabonete, lavagem de cabelo etecetra e tal. Em outros, o banho era sessão relax. E só! Sem sabonete, sem xampú, sem lavagem de cabelo, de orelhas, de partes íntimas... Era só o mergulho e o relax.

Gostei mais do último! Mas, para garantir a higiene mínima necessária, decidi que ele passaria a tomar dois banhos: um de banheira, com direito a lavagem criteriosa de tudo, e muito choro; e um de balde, regado apenas por uma grande sensação de prazer. Pelo menos essa era a expectativa.

E foi melhor do que eu imaginava. Tanto, que me arrependi de ter esperado um mês para experimentar.

Parecia mágica! À medida que ele ia se acomodando no balde, sua expressão ia mudando. Sempre pra melhor. Ficou tão quietinho, tão concentrado, tão tranquilo... Não chorou nem por um segundo. Pelo contrário. Sua expressão era de um conforto absoluto.

Diariamente, tenho lhe dado o banho de balde no final da tarde. Às vezes, quando está mais inquieto, choroso, antecipo o banho e ele sempre se cala e se acalma logo que se acomoda no balde. Teve um dia que chegou a dormir.

Agora ele só sai do balde quando não couber mais lá.




segunda-feira, 5 de março de 2012

Logística

Ser mãe de 3 de vez em quando exige uma logística além do normal. Como no último sábado. Tivemos que nos desdobrar para acompanhar os pimpolhos em seus respectivos compromissos, todos no mesmo horário.

Samir levou Lipe ao seu primeiro dia de catequese. Eu fui com a minha mãe levar Mateus para fazer o teste do olhinho (a mamadeira gigante tem que estar sempre ao seu lado) e Binha levou Leti ao zoológico, para encontrar com o pessoal da escola, no evento de abertura do projeto do primeiro semestre.

Pedi para Samir encontrar comigo na clínica depois da catequese, para levar Mateus para casa, para eu poder ir ao zôo, encontrar com Leti e sua turma.

Mas a médica atrasou. Às 10:30h, ainda não tinha chegado para fazer o exame que estava marcado para às 9:30h. Samir, então, foi ao zôo marcar a presença dos pais no evento escolar de Leti, enquanto eu esperava a boa vontade da médica chegar para começar o seu dia de trabalho.

E olha que nossa vida de pais de 3 está apenas começando...

domingo, 4 de março de 2012

Você tem fome de quê?

A última quarta feira foi meu pior dia da adaptação mãe/pai de três.

A tarde foi super corrida, e completamente fora da minha programação. Estava com tudo milimetricamente calculado, para dar conta de todos os compromissos vespertinos, mas como quem lida com bebês, tem que aprender a lidar também com improviso, as coisas não saíram exatamente como eu esperava.

Às segundas e quartas Lipe tem futebol das 14:30 às 16h. Amamentei Mateus 13:20h, saí para levar Leti na escola, voltei para casa e peguei Lipe para levar ao futebol. Deixei-o lá e voltei para casa, na esperança de amamentar Mateus, que tinha mamado pouco. Mas o encontrei dormindo. Voltei para buscar Lipe e sua aula terminou às 16:30, diferentemente do planejado. Quando voltava para casa, telefonei para casa para saber se Mateus tinha acordado, como ainda dormía, parei no supermercado para comprar o leite de Leti que tinha acabado e pedi que me ligassem caso ele acordasse. O mercado estava entupido! E depois de enfrentar quase toda a fila, ligaram falando que ele tinha acordado. Só faltavam duas pessoas. Acabei esperando. Cheguei em casa 17h e encontrei meu filho faminto! Coloquei-o no peito com um olho nele e outro no relógio, já que a aula de Leti acabava às 17:30h. Às 17:20h, apesar dele ainda estar disposto a comer mais, tive que tirá-lo do peito para ir buscar Leti, porque fiquei com medo do congestionamento aumentar e meu atraso ser maior do que o aceitável.

Saí arrasada! Ele não ficou com fome. Saiu do peito e ficou tranquilo com a babá. Não chorou como chora quando está com fome. Mas fiquei arrasada por ter que amamentá-lo com pressa, agoniada, esperando que ele largasse logo o peito para eu poder sair. Triste por sentir que não disponibilizei para ele aconchego, paz, carinho... Por saber que saciei simplesmente a sua fome de comida.

Fui chorando de casa à escola de Leti. Liguei para Samir, dizendo que achava que não ia dar conta. Principalmente nesses dias de futebol de Lipe, porque o horário fica muito próximo do término da aula de Leti. Ficamos algumas horas tentando achar uma solução, que concilasse as duas atividades. Ele cogitou motorista, transporte "escolar", táxi... Ficamos de resolver quando ele chegasse em Salvador.

Mas como tudo sempre se ajeita em minha vida, a (melhor) solução apareceu mais rápido do que eu imaginava:  nosso condomínio contratou a equipe do clube onde ele estava fazendo futebol para dar aula aqui mesmo para as crianças.

A princípio, Lipe resistiu um pouco. Disse preferir treinar lá porque o campo era maior. Mas quando falamos que treinar aqui seria uma excelente oportunidade para ele conhecer os novos vizinhos e fazer amigos, ele acabou concordando. E os efeitos foram imediatos. Bastou descer para fazer a matrícula, que conheceu vários garotos e já se entrosou e ficou jogando bola por lá mesmo.

Amanhã começam as aulas. Um problema foi resolvido.
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