segunda-feira, 31 de outubro de 2011

E lá se vai o mês de outubro

O mês da criança deste ano foi cheio de novidades e opções de lazer. Nunca vi esta cidade com tanta coisa para se fazer com os pequenos... Tinha tanta opção que acabamos não conseguindo aproveitar todas.

Mas fizemos algumas coisas legais.

Fui com Leti à apresentação da peça do Peixonauta. Apesar de ter visto algumas críticas na net, adoramos o espetáculo! O formato era diferente, com bonequinhos de pano (pequenos, é verdade), manipulados por atores, tipo fantoches. Mas o teatro pequeno (e aconchegante), e boa localização das nossas cadeiras, a sonoplastia ao vivo, favoreceu a interação com o espetáculo, permitindo que boas gargalhadas e momentos de empolgação fossem experimentados pela minha pequena. Confesso que foi cansativo ir sozinha com ela, que demandou meu colo em muitas horas, por conta do tamanho da minha barriga. Mas valeu à pena!



Foto de divulgação tirada daqui

Fomos também ao espaço da Discovery Kids no Salvador Shopping. A ideia era fazer uma pequena viagem pelo Brasil, aproveitando a companhia de alguns personagens conhecidos das crianças. Para Leti, ficou muito complexo; para Lipe um pouco bobo. Leti não curtiu muito as atividades propostas; Lipe gostou apenas do último espaço, onde teve oportunidade de fazer uma cobrança de pênalti (futebol é com ele mesmo!). No final, tivemos oportunidade de tirar uma foto com o Doki.


Foto daqui
 

Mas o auge do mês das crianças, para mim, foi o show do Palavra Cantada, na Concha Acústica: programa delicioso para um fim de tarde de domingo! Eu estava numa expectativa enorme! Adoro o grupo, as músicas, os clipes, os shows dos DVD´s... acho que iria até sem as crianças (rs).

Lipe resistiu um pouco ao convite, está se achando grande e disse que aquilo seria programação para bebê. Mas acabou indo. E como se divertiu!!!! E olha que nem conhecíamos o grupo quando ele era menor... Ele começou a curtir quando Leti foi apresentada aos DVD´s e, compartilhando a companhia da irmã, aprendeu a cantar as músicas e a perceber o conteúdo que emergia delas. No final do show, quando nos preparávamos para ir embora, tocou uma música que adoramos e dançamos tanto que tomei reclamação do papai por conta das estripulias. Saímos leves e felizes. Lipe, super satisfeito de ter ido.

Leti foi uma atração à parte. Além de assistir atentamente ao show, bater palmas, sorrir..., interagiu várias vezes com os artistas. Coisa linda de ver! Levantava os bracinhos quando mandavam, tentou imitar bichinhos numa música, estava numa sintonia nunca vista antes. Me emocionei!

Amei, amei, amei!!!!!

Olha a expressão atenta da minha princesa

Mesmo distante, conseguimos curtir muito

Fim do show

Aproveitamos um dia de sol para curtir uma praia também, coisa que pouco fazemos, apesar de Leti gostar tanto. Binha e Pig foram com Biel, pegaram Leti em casa e eu saí direto do trabalho para me encontrar com eles. Foi delicioso!




No dia das crianças mesmo, a turma do prédio fez uma programação voltada para os pequenos, na área verde recém construída.

Leti se divertiu na caixa de areia e Lipe na quadra de futevolei. O auge da programação foi a inauguração da nossa pequena horta. Os pequenos se deliciaram podendo plantar suas primeiras sementes, cheios de expectativas quanto ao futuro daquelas pequenas sementinhas... Biel, que teve uma vivência semelhante na escola, mesmo detestando areia, curtiu a experiência e vibrou com cada etapa do processo.

Neste mesmo dia, logo que acordei, chamei Lipe e Leti para um programa diferente. Fomos os três para a cozinha, fazer o lanchinho que levaríamos à festa das crianças: um bolo (de caixa, mas tudo bem. Os outros sempre solam...).

Lipe costuma me ajudar quando faço o bolo, é sempre ele quem mexe a massa, dissolvendo toda a manteiga. Já está craque! Desta vez, Leti ajudou também. Na medida das possibilidades dela, é claro. Queria que ela acompanhasse o processo, e visse o bolo (que ela tanto ama) pronto ao final. Foi muito legal a experiência! Quando Lipe já tinha feito o trabalho pesado, foi a vez dela mexer a massa. Mexeu um pouco, cantando um refrão que cantava na aula de musicalização infantil: - mexe o panelão, mexe o panelão... Quando viu o bolo pronto saindo do forno, e depois graciosamente recheado com cobertura de brigadeiro, prontamente começou a cantar parabéns (é que sempre se parte o bolo depois dos parabéns...). Mas a degustação ficou para a hora da confraternização.





Na semana passada, a escola de Lipe promoveu o encerramento do Projeto Fábulas, com a exposição de alguns artigos produzidos pelas crianças com material reciclado e associado à temática. Cada criança ficava responsável por fazer a apresentação da sua estação de trabalho, contextualizando os materiais produzidos com o conteúdo aprendido sobre o tema.

Muito legal!




Bilhetinhos escritos pelos pais no dia da reunião, para ilustrar a amostra. (Lipe achou o meu)

Para encerrar o mês, algumas mães improvisaram hoje um halloween para as crianças do prédio. Lipe adorou a ideia! Subiu correndo para procurar uma fantasia. Encontrou a que vestiu na sua festa de 7 anos (que foi de halloween) e, apesar de ter conseguido fechá-la, desistiu de usá-la porque estava tão apertada que mal conseguia se mexer. Colocou uma roupa preta, uma máscara de bruxo, e seguiu acompanhando a criançada por todos os (80) apartamentos do prédio em busca de doces ou travessuras.

Ele nem gosta tanto dessas guloseimas, mas voltou para casa empolgadíssimo com seu saco cheio de docinhos.

O que vale é a farra!



E lá se foi o mês...

sábado, 29 de outubro de 2011

Parabéns, Dindinha!!!!

Ontem Biel completou 2 aninhos!

Biel é filho da minha única irmã, meu sobrinho e afilhado. Uma figurinha que a cada dia nos surpreende mais com suas peraltices e descobertas.

E quanta coisa aconteceu neste seu segundo ano de vida! 

O menino se tranformou num músico tagarela e num criativo contador de histórias, com apenas dois anos de idade, e sem que eu me desse conta de quando esse "bum" no seu processo de desenvolvimento tenha sido desencadeado!!!!!!

É que tudo foi acontecendo tão naturalmente... 
 
Primeiro, muito precocemente, surgiu o interesse por números, letras, formas geométricas e assuntos normalmente desinteressantes para crianças de apenas 1 aninho de idade.

O interesse, reiteradamente demonstrado, foi prontamente incentivado pela atenta mamãe que, percebendo o potencial do seu mini gênio (rs), buscou transformar sua curiosidade numa lúdica busca pela descoberta do saber.

Daí, o interesse por assuntos inicialmente desconectados começou a criar elos de ligação, favorecendo uma deliciosa (e diferente) leitura do mundo ao seu redor: Os números agora indicavam quantidade, as cores distinguiam as coisas, as letras se associavam a palavras do seu vocabulário, as formas geométricas integravam coisas que encontrava por toda a parte...

Meu Deus! Esta descoberta deve ser fantástica para as crianças! 

Mas ele está em constante ascensão. E não ficou por aí. Das palvaras soltas, passou às pequenas frases, depois às frase mais longas, depois às enormes. (é muito engraçada sua frase negativa: Biel quer ir para o salão ver vovó trabalhar não). 

E a comunicação ganhou também melhor conteúdo: do concreto para o abstrato foi um pulo! Hoje ele fala de presente, passado e futuro, associa informações, fala de sentimentos, inventa histórias... Já usa sua habilidade comunicativa até para nos pirraçar (mas quem herda não furta, e a mãe era - ou é? - igualzinha).

É uma criança linda, inteligente, amorosa, perspicaz, apaixonante!

É lindo ver seu interesse pela música e sua aptidão com os instrumentos. É a grande esperança de termos um artista na família.

Enfim, o que queria dizer, é que este pequeno grande garoto é um presente em minha vida. Eu, que já sentia um amor maternal pela minha irmã, passei a sentir algo esdrúxulo em relação à sua cria: um misto de amor de mãe (porque me sinto sua segunda mãe), que ama acima de tudo, se preocupa, cuida, se regozija com suas conquistas; com um amor de avó, que mima e estraga, sempre com a melhor das intenções.

Parabéns, Dindinha! Tenha certeza que terá sempre em mim uma segunda  mãe para todos os momentos. TE AMO!!!!!!!!!!!!!!!!

PS: Imagina o tamanho da minha felicidade... o segundo filho que minha irmã espera... também será minha dindinha. aeeeeeeeeee...


quarta-feira, 19 de outubro de 2011

O primeiro convite de Mateus

Ohhhh, meu baby nem chegou e já está sendo convidado para festinhas.

O primeiro convite foi para o aniversário do priminho Biel (minha dindinha), que acontecerá no final deste mês. O convite, é claro, foi produção da "empresa familiar" Feito por Nós e tenta simular o pote de mel do Ursinho Pooh.

Não ficou lindo?!




terça-feira, 18 de outubro de 2011

Nutrição e Autismo

Há tempos tenho ouvido falar na dieta sem glútem e caseína (sgsc) para crianças autistas, e nos resultados impressionantes que se tem obtido em relação ao comportamento destas.

Alguns parentes de autistas, inclusive, já tinham sugerido que eu tentasse com Leti, mas, até então, eu não sentia a necessidade de impor à minha pequena tamanha restrição, por não vislumbrar tantos benefícios que  justificassem o esforço.

Depois da consulta com a psiquiatra, então, (sobre a qual falei aqui), acabei me acomodando um pouco nas investidas nas abordagens direcionadas ao autismo, e continuei seguindo nas terapias que ela já vinha fazendo. Coincidiu com meu período de clausura.

Ocorre que, com a multiplicação de estereotipias de Leti (voltou a bater a cabeça na parede; às vezes arranha o próprio rosto; segura o punho e fica olhando a mão sem nenhum motivo; o balanceio para frente e para trás; a mania de tirar a comida da boca e passar pelo corpo, no mesmo movimento que faz com a massinha de modelar; a obsessão pelos controles remotos...), voltei a pensar mais enfaticamente no autismo, e nas alternativas terapêuticas que estariam à minha disposição.

Meio inconformada com a minha postura conformista, encarei a realização de dois cursos aqui em Salvador como a oportunidade de dar uma sacudida no meu marasmo e de buscar um novo direcionamento para a vida da minha pequena.

Fui lá ouvir um pouco o que tinham a me dizer sobre a tal dieta SGSC.

Achava que uma nutricionista (ou médica) ministraria o workshop, e me surpreendi quando soube que era uma mãe, como eu, que após testemunhar uma experiência exitosa com seu filho, resolvera compartilhá-la com outras mães.

O meu maior receio em relação à dieta era ter que tirar minha filha do convívio social; das festinhas de aniversário, dos encontros de família, dos passeios a restaurantes... E já tinha conversado um pouco sobre isso com a nutricionista dela, que, mesmo sem eu saber, já havia restringido muito a alimentação de Leti a produtos sem glúten e caseína. Ela havia me tranquilizado, dizendo que, hoje em dia, há uma diversidade tão grande de receitas sem glúten e caseína, que dificilmente Leti sentiria falta de alguma coisa. O único porém é que eu teria que levar suas opções de alimentos e guloseimas de casa, quando fosse a qualquer evento social. Isso não me pareceu tão assustador, a ponto de me fazer desistir.

Voltando ao curso...

Ela começou falando um pouco da sua história e do autismo, das características, do diagnóstico do seu filho, das estapas do seu desenvolvimento e da maneira como ela chegou à dieta.

Falou que a dieta é recomendada para pessoas com intolerância às substâncias (glúten e caseína), mas que também pode trazer excelentes resultados a crianças autistas que não tenham detectada tal intolerância. Mas que, para trazer um resultado efetivo, necessita de uma restrição de 100%  do glúten e da caseína. Ou seja: inviável uma dieta com escapadinhas no fim de semana.

Sugeriu, a princípio, a diminuição de aditivos químicos (corantes e conservantes), açúcar e alimentos processados; o aumento da ingestão de comida verdadeira e alimentos funcionais e a correção de eventuais alterações detectadas em exames metabólicos.

A retirada do glúten e da caseína, segundo ela, deve vir acompanhada também da retirada do glutamato (presente em temperos prontos) e do aspartame (encontrado em alguns doces).

Diferenciou a lactose (que é o açúcar do leite) da caseína (que é a proteína do leite), e os efeitos da intolerância a estas substâncias: a intolerância à lactose normalmente acarreta problemas orgânicos, e à caseína causa, além dos orgânicos, alterações comportamentais.

Contra indicou o uso da soja, o que me causou espanto e desespero. Abre parêntese: A nutricionista de Leti tinha prescrito o uso do leite de arroz, que usamos por algum tempo, mas, considerando a diferença de preço entre o de arroz e o de soja, perguntei se poderia trocá-lo pelo de soja, o que ela autorizou, embora com um pouco de resistência. É o que estamos usando há uns dois meses. Fecha parêntese.

Justificativas para a contra indicação: 1) alimento rico em glutamato, que é um neurotransmissor excitatório do sistema nervoso; 2) possui uma proteína complexa, altamente alergênica; 3) é geneticamente modificada; 4) é matéria prima de muitos produtos industrializados.

Salientou que a observação no rótulo de um alimento indicando proteína vegetal hidrolisada é o mesmo que proteína de soja (novidade para mim).

(Estou dando a Leti o leite de soja que ainda resta em casa, mas já vou voltar a substituí-lo pelo leite de arroz.)

Aconselhou a ingestão na dieta de: a) reforços alimentares, como abacate, açaí, quinua, amaranto, alfarroba e alimentos coloridos; b) alimentos fermentados; c) grãos germinados; d) caldos caseiros; e) farelos; e f) sucos verdes-vivos.

Neste ponto, acho que não teria muita dificuldade com Leti, já que ela não tem uma alimentação restritiva e já consome grande parte dos alimentos sugeridos pela dieta. O pior, no caso dela, seria a retirada do açúcar, doces e afins.

Ela tem uma aceitação muito boa à maior parte dos alimentos, não consome produtos industrializados, frituras, refrigerantes, fast food, caldos prontos, mas, por outro lado, não pode ver um bolinho ou um cookie, que entra em desespero. O trabalho seria nosso, de ter sempre disponível uma opção sgsc para apaziguá-la nestes momentos de desespero.

Esclareceu que o glúten está presente na farinha de trigo, na cevada, no malte, na aveia, no centeio, no trigo de quibe; e sugeriu a substituição por: farinha de arroz branca, integral ou creme de arroz, amido de milho, fécula de batata, fécula de araruta, polvilho doce ou azedo, fécula de mandioca, farinha de linhaça, de quinua...

Indicou também a presença da caseína (ou caseinato), no leite de vaca, cabra, ovelha e búfala e em todos os seus derivados, recomendando a substituição por leite de coco, de arroz, de castanhas, amêndoas, além dos sucos naturais, água de coco e água.

Por fim, de maneira didática, elencou o que, para ela, seriam os seis passos para introdução e manutenção da dieta:

1) Retirar toda a alimentação vazia: balas, pirulitos, pipocas, doces...

2) Evitar toxinas dos alimentos e fazer higienização da cozinha (trocando panelas de alumínio pelas de inox ou vidro), utilizando água mineral sem flúor, restringindo o uso de microondas, evitando uso de plásticos para substâncias quentes, e tomando cuidado com o armazenamento de alimentos em geladeira.

3) Diminuir ou eliminar o consumo de produtos industrializados (ricos em glutamato monossódico e aspartame), aumentando a quantidade de refeições diárias.

4) Diminuir o consumo de açúcar e carboidratos refinados, utilizando receitas alternativas e porções limitadas.

5) Retirar todo o leite animal.

6) Retirar todo o glúten.

Disponibilizou seu blog (http://www.dietasgsc.blogspot.com/), onde se encontram disponíveis diversas receitas sgsc para dar uma variada no cardápio.


Saí do curso disposta a tentar. Apenas a probabilidade da redução das estereotipias de Leti, para mim, já justifica uma tentativa. Principalmente, porque acho que não será um processo traumático para ela (embora muito trabalhoso para nós). Marquei consulta com uma biomédica que me indicaram e vou fazer esta aposta, que, para ser bem sucedida, precisará da adesão de toda a família, que terá que fazer um esforço imenso para não ceder ao irresistível charme da minha princesa, quando pede um bolinho.

Em breve, cenas dos próximos capítulos.

sábado, 15 de outubro de 2011

Hiperatividade Seletiva?

Meu primeiro compromisso logo que cheguei de viagem foi uma reunião com a orientadora da escola de Lipe.

Eu achava que a reunião seria uma complementação de outra, ocorrida cerca de 2 meses antes, quando, depois de uma longa conversa, a então orientadora, aventara a possibilidade de meu filho estar acometido de hiperatividade e precisar de medicação para conter seu tal comportamento hiperativo.

Saí desta primeira reunião atordoada. Liguei para Samir, meio perdida, sem saber o que pensar e o que fazer. Me pediram que o levasse para uma avaliação com uma neuro, pontuando os aspectos levantados pela escola.

Cheguei a marcar a consulta com a neuro de Leti que, coincidentemente, foi a que a escola recomendou.

Mas minha primeira providência foi marcar um horário com a psicóloga dele. [ele participava de um grupinho terapêutico, há aproximadamente um ano, por indicação da professora da escola do ano passado, para tentar trabalhar a atenção, a dispersão e melhorar o diálogo em sala].

Falei da conversa na escola e perguntei o que achava. Ela me perguntou como ele era em casa com as atividades do seu interesse. Perguntou se se concentrava ou se mantinha a mesma dispersão relatada pela escola. Falei que, com as coisas que gosta, mantém um período longo de concentração, como para assistir os programas de TV, os jogos de futebol, para jogar video game, para ler livros, pesquisar lances futebolísticos mirabolantes no youtube...

O que ela me disse foi que a hiperatividade, patologicamente falando, não se apresenta de maneira seletiva. E que é impossível que uma criança hiperativa consiga se concentrar em qualquer coisa, por muito tempo, mesmo que seja do seu interesse. Ainda exemplificou que ele poderia até assistir seus programas de TV, mas o faria dando cambalhotas, correndo pela sala, ou fazendo qualquer outra coisa ao mesmo tempo.

Concluiu, por fim, dizendo que, sob o seu olhar profissional, Lipe não seria uma criança hiperativa. Mas que isso não significava que tudo ia bem na escola, uma vez que o seu comportamento dispersivo, nas horas em que se demandava sua atenção, era algo que precisava ser trabalhado para que ele pudesse entender que, infelizmente, na vida, nem sempre fazemos apenas o que nos agrada.

Cheguei a falar que as queixas feitas pela escola não eram novidade para mim; que, em casa, para que ele desse conta das atividades de vida diária (banho, escovar dentes, sentar para fazer os deveres de casa,...) eu precisava mandar umas dez vezes, antes que ele efetivamente fizesse o que eu pedia. Confessei que, às vezes, eu falava as dez vezes seguidas e perguntava se assim ele poderia me obedecer logo.

Ela me alertou sobre meu erro e sobre como isso reforçaria uma ausência de autoridade naquilo que eu  lhe pedia. Aconselhou que conversasse com ele, falando da minha conversa com ela, e que combinasse que, dali em diante, eu só pediria uma vez para que fizesse algo; que ele poderia até contra argumentar, tentar negociar um prazo, mas que eu não iria admitir que fingisse que não tinha me ouvido. (e, se não me atendesse, eu o pegaria pelo braço e levaria para fazer o que havia pedido).

Pediu que estabelecêssemos regras para que ele se implicasse mais em suas obrigações: que estipulássemos um horário de descanso quando chegasse da escola e o horário de início das tarefas de casa, sem que eu precisasse, a cada dia, chamá-lo para se sentar para o cumprimento de suas obrigações.

Segui à risca seus conselhos, e acho que até funcionou bem. De vez em quando precisamos fazer uns ajustes, mas, de uma maneira geral, os resultados foram positivos.

Antes da consulta com a neuro, ainda conversei com outras pessoas. O depoimento de duas delas, uma amiga blogueira que tive o prazer de conhecer por aqui, e uma tia que é uma referência  muito positiva em minha vida, por ser uma excelente profissional, uma pessoa extremamente coerente em suas convicções políticas, filósoficas e sociológicas, e uma pessoa que admiro de verdade, me marcou muito.

As duas se descreveram exatamente como Lipe é em sala de aula: faziam tudo muito rápido, pegavam o assunto muito rápido, se desinteressavam pelas atividades que não eram do seu interesse e sempre tiravam excelentes notas.  Seriam típicas alunas hiperativas do seu tempo! E as duas são pessoas muito bem resolvidas hoje em dia. São, para mim, formadoras de opinião. Sinceramente, tenho uma leve tendência em acreditar em tudo o que dizem... rs

Logo depois, minha irmã me falou que ouvira recentemente no rádio uma entrevista  na qual se falava de uma inclinação das escolas em sugerir diagnóstico de hiperatividade dos alunos, ante a dificuldade de acompanhar as mudanças de comportamento das crianças, decorrentes das mudanças da vida moderna.

Ainda, numa conversa informal com a neuro, numa festa de aniversário na qual nos encontramos, ela  também me tranquilizava, dizendo não achar que o quadro de Lipe fosse um quadro típico de hiperatividade, que demandasse acompanhamento clínico.

E, por fim, tempos depois, numa reunião de pais na escola, para discutir problemas gerais da turma, a professora relatava que sua turma deste ano possuía uma característica peculiar de imaturidade, e que a maioria dos alunos precisava do acompanhamento mais de perto da professora, para que as coisas pudessem caminhar bem. Ou seja, o problema de Lipe não era só de Lipe, mas uma característica da turma.

Pois bem. Fui a esta segunda reunião munida de todas essas informações para combater uma nova suspeita de hiperatividade por parte da escola.

Mas a coordenadora em exercício que me atendeu (a outra estava exercendo uma outra função) não enveredou pelo mesmo caminho.

Falou dos problemas já conhecidos por mim, das investidas da professora para tentar facilitar sua concentração em sala e disse que, na verdade, o objetivo da reunião era afinar o discurso escola x família, para que ele não se sentisse fortalecido ao perceber que tudo o que a professora falava em sala acabava caindo no vazio, sem consequências, já que não contava com o reforço em casa. Corretíssima!

Falou, ainda, que Lipe se relaciona muito bem com praticamente todos os meninos da sala, e que exerce uma certa autoridade sobre a turma, o que acaba provocando balbúrdias, já que, sempre que ele começa uma brincadeira fora de hora, encontra pronta adesão de seus colegas, o que faz com que a situação acabe saindo do controle. Disse também que ele nunca é agressivo ou desrespeitoso, e que se envolve muito mais com atividades que envolvam arte.

Assegurei que conversaria com ele em casa, como efetivamente fiz, e ficamos de manter um diálogo mais próximo para conseguirmos manter uma postura coerente escola / família.

(Mas, confesso que fiquei surpresa com a informação da escola sobre a postura desenvolta de Lipe em sala, e com a "liderança" sobre os colegas. Como ele é diferente de mim)


terça-feira, 11 de outubro de 2011

O salão da mamãe

Para quem não sabe, minha mãe tem um salão de beleza. Há mais de 20 anos...

O salão começou pequenininho e foi crescendo, crescendo... oferecendo hoje uma boa estrutura de serviços para os moradores da Vila Laura (Salvador/BA).

Neste mês das crianças, numa parceria com uma marca de cosméticos, foi lançada uma campanha para tentar arrecadar donativos para o Lar Vida, mesma instituição que escolhi no aniversário beneficente de Leti (confira aqui).

Então, quem quiser conhecer os bons serviços prestados pelo Salão Funchal, ou, caso já conheça, quiser contribuir para esta bonita campanha, será muito bem vindo nesta semana da criança, e nas outras que se seguirão (quem pára por lá acaba ficando cliente... rs).



Endereço do salão: Rua Luís de Camões, 03, Vila Laura, Salvador/Ba, telefone: (71) 3382-5535.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Malhação

Divulgando: Inclusão

Eu andava pensando muito neste assunto. Querendo me inteirar, entender, de fato, o que, na área da educação, é chamado de inclusão; de que as formas que ela se manifesta; como eu, mãe, posso saber se a inclusão, realmente, está sendo praticada na escola da minha filha...

E eis que me deparo com um outdoor na rua, anunciando que acontecerá aqui na minha terrinha um Congresso Baiano de Educação Inclusiva! Meus olhinhos brilharam! Com certeza, estarei lá.

Informações aqui.

E, para completar, uma amiga-mãe-especial acaba de me convidar, pelo facebook, para um simpósio sobre terapêutica e inclusão, no autismo.

Juntou a fome com a vontade de comer. Primeiro, tentarei apreender as noções gerais de inclusão e depois terei a oportunidade de discutir tais noções na aplicação direta em relação ao autismo. AMEI!!!

Informações aqui.

Por fim, aproveito para divulgar também uns cursos da AMA, sobre Análise do Comportamento, que acontecerão em São Paulo e, por isso, infelizmente, não contarão com a minha presença. Aqui.


domingo, 9 de outubro de 2011

Gravidez e Mudanças - Parte 2

Antes mesmo de decidirmos qualquer coisa sobre nossa mudança, eu Samir, que pretendíamos fazer uma viagem a sós no carnaval próximo, resolvermos antecipar a lua de mel (já que com 3 filhos a perspectiva de uma viagem a dois fica mais distante), mas com uma finalidade diferente: fazer o enxoval de Mateus (que à época, não sabíamos se seria Mateus ou Maria).

Convertemos as milhas acumuladas em passagens e nos programamos para ir a Miami.

Antes de retornar aos States, depois de quase 20 anos (em abril deste ano, quando levamos as crianças para a Disney), achava essa história de fazer enxoval em Miami coisa de dondoca (rs), mas, vendo lá o preço das coisas, e pegando dicas com pessoas que já haviam se aventurado na mesma empreitada, percebi que a viagem poderia ser muito lucrativa e uma excelente oportunidade de estar só com meu maridinho por uns dias, antes de uma nova grande mudança que aconteceria em nossas vidas.

O período que antecedeu a viagem, portanto, foi bastante tumultuado, porque eu precisava compilar todas as dicas que tinha recebido, pensar em hospedagem, aluguel de carro, compras prévias pela internet e tantas outras coisas. Um casal amigo, que também estava grávido, resolveu ir conosco, o que deu forte alento a Samir, que estava super preocupado em como nos viraríamos na terra do Tio Sam, sem ele falar uma palavra em inglês, e com o meu inglês tupiniquim desprovido de treino por longos dezoito anos a fio.

Acontece que, na semana da viagem, a minha amiga que estava grávida e viajaria conosco, para nossa profunda tristeza, acabou perdendo seu bebê e, obviamente, desistindo da viagem.

Acabamos indo só nos dois mesmo e, por incrível que pareça, conseguimos nos virar com nosso próprio inglês. Compramos tudo e mais um pouco para o enxoval de Mateus, e, ainda, algumas coisitas para decoração dos quartos novos de Lipe e Leti e papéis de parede para todo o apartamento novo. (Estou preparando um post específico com as minhas dicas para o enxoval de Miami, resultado da compilação que fiz antes de viajar e da nossa experiência lá).

Os preparativos da viagem, somados às providências para a compra do apartamento, e à indisposição que me acometeu no início da gravidez acabaram me deixando mais displicente em relação aos meus filhos. Deixei muitos dos cuidados de Leti relegados à babá e a Samir e do acompanhamento escolar de Lipe, ao Deus dará... Percebia a situação, me incomodava com isso, mas, sinceramente, não tinha forças para fazer nada a respeito. Mea culpa!

Passei quase 3 meses num estágio de absoluta letargia em relação ao cuidado com os meus filhos, aproveitando o tempo reservado para eles quase que exclusivamente para deitar junto para ler um livro, assistir a um DVD ou dormir.

Lipe não teve problemas com notas na segunda unidade. Mas agora na terceira... Talvez (?!) seja reflexo da minha falta de acompanhamento nos meses anteriores.

Leti, por incrível que pareça, apesar do desenvolvimento de algumas novas estereotipias, tem passado por um processo de desenvolvimento delicioso: mais falante, mais hábil motoramente, mais carinhosa, mais divertida...

Quando fiquei sabendo dos cursos que aconteceriam aqui em Salvador nesta primeira semana de outubro (aqui e aqui), prontamente fiz questão de me inscrever porque tinha certeza que isso me daria uma nova injeção de ânimo em relação aos cuidados com a minha pequena.

E não foi diferente! Sinto-me revigorada, feliz e (ainda) mais apaixonada pelos meus filhos.

Já havia retomado o acompanhamento escolar de Lipe desde o início da semana e, assim que saí do curso de Hanen ontem, resgatei (como num passe de mágica) a disposição para brincar com minha filha, de maneira espontânea e prazerosa, o que, sem dúvida, só tem a contribuir com o seu processo de aprendizagem e desenvolvimento de sua autonomia.

Espero que não seja tarde.

Gravidez e Mudanças - Parte 1

A descoberta de uma gravidez provoca profundas mudanças na vida de uma família. No meu caso, nas duas vezes anteriores foi assim. Mais com Lipe, é verdade, já que não estava programado, não éramos casados, não tínhamos nossos empregos públicos que hoje nos proporcionam segurança financeira... Com Leti, apesar da programação, e da vida estruturada, também não foi tão simples, porque estávamos nos mudando (o que aconteceu no oitavo mês da gravidez) e nos adaptando para aprender a ser pais de dois.

Desta vez, foi uma situação inusitada porque, como disse aqui, apesar da gravidez ter sido programada, foi programada para acontecer um pouco depois, já que, quando decidimos que queríamos ficar grávidos, assim já estávamos.

Por isso, logo que descobrimos a gravidez, oscilamos muito entre providenciar logo a mudança (de novo!), que estava programada para o final de 2012, quando teríamos a situação mais propícia para dar este passo, ou reformar nosso atual apartamento, todo arrumadinho para dois filhos, para aguardar a chegada do terceiro.

Decidimos categoricamente que reformaríamos o apê e esperaríamos as condições mais adequadas para acomodar melhor a família que estava crescendo. Ponto. Depois decidimos que procuraríamos um outro apartamento, maior, com estrutura de lazer para as crianças, 4 quartos, e que, de preferência, já tivesse alguns armários, para diminuirmos os custos com a arrumação. Ponto. Depois conhecemos o empreendimento dos nossos sonhos: apartamento maior do que queríamos, com os 4 quartos que precisávamos, com uma excelente estrutura de lazer para as crianças, e no bairro onde moramos (e amamos). Ohh, que dúvida!!! Tudo parecia perfeito, exceto pelo preço e pelo fato de ser um empreendimento novo, com previsão próxima para entrega, o que implicaria em muitos mais gastos (com obras - sempre queremos mudar alguma coisa - e armários). Fizemos contas daqui, contas dali, resolvemos dar uns telefonemas e anunciar o nosso atual apartamento, pra ver no quê iria dar. Para não me alongar demais, acabamos não resisitindo e comprando o apê. Nos descapitalizamos totalmente e nos endividamos por muitos dos anos que ainda estão por vir. Mas acreditamos ter feito a coisa certa. Vamos tentar fazer as reformas que precisam ser feitas antes de entrar lá e os armários serão feitos à medida que pudermos. Só dava pra ser se fosse assim. Como digo entre amigas, nossa decoração por muito tempo será minimalista, mas, quando chegar na varanda, e me deparar com minha vista permanente, isso nem me incomodará.

E lá vou eu para outra mudança, na melhor das hipóteses, no oitavo mês de gestação de novo!


A vista da minha varanda e do meu quarto. Não tem mau humor que resista...

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Coisa pequena que emociona

Agora há pouco estava no computador, remodelando umas provas de Lipe para ele refazer, quando Leti chegou do meu lado e disse: "- qué bincá".

Não acreditei no que ouvi. Minha filha pedindo pra brincar?!?!?!?!

Larguei tudo, e extasiada de alegria, pedi sua mão para irmos onde ela quisesse ir. Ela me conduziu ao seu quarto e como não indicou com o que queria brincar, diante de tantas opções, peguei uma caixa com uns brinquedos de madeira e pedi que escolhesse o que queria. Na mesma hora, disse: "- a pincesa".

Pegamos o brinquedo e brincamos juntas. Ela, brincando e cantando. Eu, compartilhando, intermediando e tentando conter minha emoção.


terça-feira, 4 de outubro de 2011

Notícias da gravidez

Estou com praticamente 23 semanas de gravidez. Hoje tive consulta de rotina e, para felicidade de todos, vai tudo muito bem com Mateus e com a mamãe aqui.

Na semana passada, fiz a ultrassonografia morfológica do segundo semestre, e, novamente, tudo dentro da normalidade. Foi o primeiro, e talvez o único, exame que o papai pôde acompanhar.

Engordei 4 quilos, em 5 meses de gravidez, o que não é ruim, mas poderia ser melhor, considerando que engravidei com um "pequeno" sobrepeso de 12 quilos (acredite!).

Este mês foi de puro ócio. Vinha mantendo as caminhadas na esteira com alguma regularidade, mas com a viagem, e todo o tumulto do pré e pós viagem, isso acabou ficando relegado a décimo plano, o que significou nenhum diazinho de atividade física neste último mês. Talvez por isso tenha me sentido mais cansada, com a coluna reclamando mais, mais ofegante e tenha engordado mais que os meses anteriores...

Eu, que fui à consulta com minha irmã, que também está grávida, saindo do primeiro trimestre, assumi, junto com ela, o compromisso de, pelo menos, tentar frequentar aulas de hidroginástica, para tentar dar uma aliviada nos sintomas decorrentes do excesso de peso e hormônios no corpo. Vamos ver se cumpriremos o prometido.

Vou precisar tomar vacinas para hepatite B (não sou imunizada) e antitetânica, fazer uns exames de rotina, e outros decorrentes de minha situação em particular: IgG e IgM para toxoplasmose (também não sou imunizada) e teste de tolerência de glicose (por conta de histórico familiar de diabetes).

Precisarei fazer também, a partir da 26a. semana de gestação, um ecocardiograma fetal, pelo fato de Leti ter nascido com CIA e CIV, que fecharam espontaneamente antes do seu primeiro ano de vida.

Mateus tem mexido muito, e isso me deixa em êxtase! Mais do que Lipe e Leti mexeram juntos. Principalmente à noite, quando me deito. Fico viajando com as peraltices do meu pequeno.

Sinto-me emocionalmente mais estável, mas, vez por outra, ainda me pego me questionando se darei conta de criar 3 filhos. A sensação que tenho, às vezes, é que quanto mais filhos temos, menor a qualidade da atenção que lhes dispensamos. Sinto isso, principalmente, quando me lembro de como eu era com Lipe; mais disposta, mais disponível, mais atenta, (mais jovem)... e, como meu tempo para ele ficou mais precário depois do nascimento de Leti.

Por outro lado, sinto que tenho com ele uma relação fortalecida; vejo inúmeras virtudes em meu pequeno que acredito serem fruto da saudável relação familiar que diariamente tentamos construir.

Sinceramente, ainda não sei se darei conta, mas, na maior parte do tempo, isso não me aflige. Estou disposta a esperar que cada coisa aconteça ao seu tempo, e peço a Deus paciência e sabedoria para trilhar o caminho certo.



Olha uma "foto" do meu pequeno, que, ao exame, já mede 23cm - um rapaz!

Obs: Notícias de Leti.
Hoje fomos à dentista. Ela falou que a cicatrização está ótima, mas que ainda reclama cuidados. A boca estava "podre", porque eu confesso que estava sem escovar seus dentes desde o domingo, com medo de machucá-la ainda mais.
Ela fez uma escovação criteriosa, prescreveu uma limpeza com bicarbonato de sódio por 5 a 6 vezes ao dia, para manter a boca menos ácida, orientou como fazer a escovação (que hoje à noite já fiz com mais segurança), manteve alimentação líquida e pastosa, com preferência a alimentos gelados, recomendou atenção redobrada com os objetos que vão à boca e com a limpeza das mãos (já que chupa os dedos), aconselhou ainda não levá-la à escola e pediu que retornasse na sexta feira para uma nova avaliação. O aspecto ainda está terrível, mas pelo menos tudo está correndo bem.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

A ausência e o susto

Mais de 20 dias sem postar (e sem acompanhar meus blogs favoritos).

Na penúltima semana de setembro, fiz uma viagem com Samir, para fazer o enxoval de Mateus (que será objeto de um post específico), e, por conta da viagem, acabei com as semanas contíguas comprometidas com os preparativos da viagem e as arrumações pós-viagem, o que acabou me deixando sem tempo disponível para os devaneios cibernéticos.

Como as crianças não foram conosco, os dias que antecederam a viagem foram destinados a organizar a logística deles aqui, durante a nossa ausência, e para dar conta do trabalho que não poderia ficar acumulado.

Os dias subsequentes à viagem, por outro lado, foram, logicamente, para matar as saudades dos rebentos, e para agilizar a demanda natural do trabalho, que acabou ficando para a volta. Enfim, sobrevivi!

Colocada a vida, na medida do possível, em ordem, fico feliz em encontrar tempo para poder sentar-me aqui de novo, para acompanhar as novidades que perdi das últimas 3 semanas, e para compartilhar as minhas também. Principalmente depois do susto de ontem.

Ontem fomos almoçar na casa de Lú, queridíssima amiga que, depois de morar muitos anos no Rio, voltou a nossa terrinha. Tinha tudo para ser um domingo perfeito: lindo dia de sol, churrasco de primeira preparado por Marcelo, a companhia maravilhosa da minha amada amiga e a felicidade que irradiava naturalmente dos meus pequenos. Lipe estava super entrosado com Léo que, apesar de ser (bem) mais novo que ele, compartilha de muitos interesses comuns e Leti estava simplesmente LINDA, se divertindo com Léo e com outras crianças que apareceram por lá.

De uma hora para outra ela resolveu notar as crianças ao redor dela e a se divertir com elas. Começou na sexta, aqui em casa, quando ela não conseguia conter as gargalhadas ao correr atrás do primo Pepeu que, percebendo o sucesso que fazia, cada vez incrementava mais as palhaçadas que fazia para chamar sua atenção. Lá na casa de Lú, não podia ver uma criança correndo que corria atrás, para tentar pegá-la, às gragalhadas. Brincou com terra, curtiu o parquinho, correu atrás de pássaros, não deixou passar desapercebido um jogo de bichos que esqueceram pelo caminho. Estava realmente linda!!!!!

Até que, numa dessas corridas, se desequilibrou e caiu. Na hora, achamos que não tinha sido nada demais. Bateu a barriga primeiro e a cabeça não foi forte no chão. Ao tentar acalmar seu choro incontido, notamos o sangue. Muito sangue!

Eu, que normalmente sou muito calma nessas horas, fiquei desesperada ao perceber a quantidade de sangue que jorrava da boca da minha pequena. E não conseguia localizar o ferimento. Fui buscar gelo enquanto Samir ficou com ela no colo. Neste intervalo, Samir conseguiu notar o corte na língua e, pela ênfase com que pedia que a levássemos logo a um hospital, só imaginava o terror do estrago.

Deixamos Lipe na casa de Lú e fomos ao Hospital Aliança, pertinho, em busca de socorro. Meu coração batia acelerado, só imaginava ter que submeter minha filhinha a uma sutura na língua naquele estado em que se encontrava. Um desespero indescritível.

Ao chegar lá, ela já se acalmou um pouco, diminuiu o choro e o sangramento, mas não conseguíamos ver direito o local do corte. Tivemos que esperar um pouco porque duas crianças, igualmente acidentadas, chegaram antes e, aparentemente, passavam por situação mais grave.

Entre um atendimento e outro, o médico foi à sala de espera vê-la e nos confortou. Disse que caberia uma sutura para uma cicatrização mais rápida, mas que, como o procedimento só poderia ser feito com anestesia geral, ele achava mais prudente cuidar do ferimento em casa, porque num prazo de no máximo 3 dias teríamos o mesmo resultado, sem um procedimento invasivo. Receitou um antiinflamatório, prescreveu dieta líquida por 48 horas, recomendou o uso de alimentos gelados nas primeiras 24 horas e reforçou a necessidade de higiene máxima na boca, para evitar infecções. Pediu que a levássemos em sua odontopediatra para avaliação.

Só quando fui lhe dar sorvete, consegui ver o tamanho do estrago. Um pedaço da língua parecia estar solto (que agonia!). Sinceramente, não acreditava que aquilo pudesse cicatrizar sem uns pontinhos. Mas segui à risca as orientações do médico: remedinho, sorvete, milk shake, água depois de cada alimentação e muito, muito dengo para minha filhota. Dormimos juntas. Ela, praticamente de hora em hora, acordava choramingando e depois voltava a dormir. Eu praticamente não dormi. Às 03:50 ela acordou definitivamente e só foi dormir de novo quase 8h.  Eu estava um caco! Mas, para minha surpresa, quando fui dar-lhe sorvetinho de novo pela manhã, percebi que o corte estava praticamente todo colado. Com uma espécie de cascão preto por cima, e rodeado de manchas brancas que pareciam aftas, mas colado. Aquilo devia estar incomodando muito. Mas ela nem reclamava... Só ficou mais dengosa. Só queria ficar comigo, no meu colo... Tão gostoso sentir que a gente conforta nessas horas...

Marquei a dentista para amanhã. Estou com medo até de escovar os dentinhos. Espero que amanhã o quadro já esteja bem melhor que hoje!

Pela foto não dá para ter ideia da dimensão do corte

Acomodada no barrigão da mamãe

Obs.: Toda vez que eu pedia para ir com Val (sua babá), para eu poder ir corrigir o dever de Lipe, ela se deitava em minha barriga. Como é que desgruda assim?????
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