sexta-feira, 29 de abril de 2011



Sétimo e Oitavo Ano
De 01/04/08 a 30/04/10


Grandes mudanças aconteceram na vida de Lipe, em seu sétimo ano de vida.

A primeira foi a mudança de residência, que aconteceu no mês seguinte ao seu aniversário. Ele ficou tão empolgado com a casa nova, que não queria sair para nada: ir para a casa da avó era um suplício, festa de aniversário era motivo de bico. Seu programa predileto era convidar amigos para brincar na casa nova, ainda que quase sem móveis (dava para jogar futebol na sala rs).


Amou o quarto de dinossauro que montamos para ele. Fizemos um painel enorme de um vale de dinossauros e colocamos na cabeceira de sua cama; eu, ele, o pai e tio Felipe pintamos quadros de dinossauros que decoraram a parede lateral; pintei três porta lápis de dinossauros para sua escrivaninha e os milhões de dinossauros de brinquedo que ele tinha foram cuidadosamente arrumados em suas prateleiras. O quarto ficou lindo!!!

Um mês após a mudança, Leti nasceu. Lipe deixou de ser o reizinho do pedaço, para dividir a atenção dos pais, dos avós, dos tios e de todos outros com a pequena princesa que acabara de chegar. Compramos um brinquedo e dissemos a ele que ela tinha trazido ao nascer. Apesar da história ser meio inverossímel, ele não questionou e pareceu acreditar.

Embora não tenha demonstrado ciúme, vez por outra, quando alguém estava com Leti, ele, sutilmente, se enfiava no meio, para desviar o foco da irmã. Mas, na maioria das vezes, não economizava elogios para a irmãzinha: diz que é linda, que é a princesa da casa, que é a mais mais do pedaço.

Pati, mãe de João Pedro, seu melhor amigo, foi super importante nessa fase; deu um suporte providencial, preenchendo alguns dos dias em que eu estava cansadíssima para poder lhe dar atenção.

Teve uma professora maravilhosa na alfabetização que, por todo o ano, esteve engajada em ajudá-lo a resolver seus problemas através do diálogo e a amenizar sua timidez. Sua atuação fez a diferença no desempenho de Lipe nesse ano, ele esteve menos inibido, mais falante, até com sua "namorada" estava mais saidinho... Na apresentação do Casamento na Roça, na festa de São João, o personagem que representou foi o que teve mais texto e ele, além de falar o texto todinho, foi super espontâneo e ainda imprimiu um toque de comédia às falas. Me emocionou.

Começou a se interessar por jogos no celular e no computador.

Não assiste mais Discovery Kids, agora curte Jetix e Cartoon (Dinossauro Rei, Padrinhos Mágicos, Yng Yang Yo, Pucca...)

Começou a aprender a jogar xadrez.

Pela primeira vez, se interessou pelo processo eleitoral, e ficou indignado com a Vitória de João Henrique nas eleições municipais.

Começou a acessar o youtube, para procurar videos de Max Steel.

Começaram os preparativos para a mudança de escola. Fomos para a entrevista, ele ficou fazendo uma dinâmica com outras crianças e, no final do ano, fiz um churrasco de despedida em casa. Convidei os colegas de sala e os que já haviam saído, a professora atual e todas as anteriores, a coordenadora pedagógica, as funcionárias... Preparei um video com fotos de todo o período em que estudou na escola antiga e exibi no dia, comprei um monte de bóias para as crianças usarem na piscina... Infelizmente, o final de semana foi chuvoso e muitas crianças faltaram. Mas mesmo assim, valeu à pena. A ideia era promover um evento para fechar um ciclo em sua vida, e acho que o objetivo foi alcançado. No fim do dia, quando assistia ao video, percebi seus olhos marejados de emoção. Eu e Samir também nos emocionamos muito e ficamos com o coração apertado. Foram cinco anos de convívio diário com praticamente as mesmas crianças, parte importante da nossa vida que estava ficando para trás. Mas o ser humano se adapta a tudo.

Fizemos um cruzeiro com a família, que foi até Buenos Aires. Lipe amou! Por conta da viagem, acabou faltando os primeiros dias de aula da escola nova, o que me preocupou sobremaneira. Mas, para minha felicidade, não teve nenhum problema de adaptação à turma. Pelo contrário. Se adaptou super rápido, e logo estava inserido na panelinha da bagunça.

Comemoramos seu sétimo aniversário num buffett infantil, numa festa pequena apenas, praticamente, para os coleguinhas da escola e do prédio e para o núcleo familiar próximo.

Os problemas escolares tomaram uma proporção maior. Andava disperso, brincando muito, desinteressado pelas aulas e pelas atividades, o que, por outro lado, em momento algum, chegou a comprometer suas notas que sempre foram excelentes. Falava-se na escola que ele era muito imaturo.

Descobriu-se um exímio desenhista. Retratava com riqueza de detalhes os brinquedos que curte. E tem demonstrado prazer no exercício dessa arte para a qual tem tanto talento.

Foi pagem do casamento da sua tia-dinda.



Como planejava contar a verdadeira história do papai noel no ano seguinte, fiz com ele uma brincadeira que meus pais tinham feito comigo quando era criança e que tinha me deixado muito feliz: comprei um monte de presentes e disse que papai noel tinha esquecido o saco de presentes e seu quarto. Ele ficou extasiado, amou!

Tem acompanhado nossa maratona de terapias com Leti e, de vez em quando, pergunta o por quê de tudo isso. Respondemos o que lhe pode ser compreensível. Ele fica meio frustrado por Leti não corresponder ao carinho que ele lhe dedica.

Sua festa de 8 anos foi linda! A mais bonita que teve até hoje. O "Feito por Nós" (grupo composto por mim, minha irmã, minha amiga irmã Érika e os respectivos) trabalhou arduamente para preparar o convite, guloseimas personalizadas, montar a exposição de arte dele... Ficou tudo lindo!




guloseimas do Feito por Nós

convite e folder da exposição, entregue aos convidados na chegada

Exposição de arte, no espaço reservado para as brincadeiras


Obs.: editado para incluir algumas fotos.

quinta-feira, 28 de abril de 2011



SEXTO ANO
De 01/05/07 a 30/04/08

Os problemas na escola continuaram (e, infelizmente, continuam até hoje), mas a abordagem deles tem variado a cada ano, de acordo com a disposição e o perfil da professora de sua turma.

No Grupo 5, teve uma professora tranquila, interessada, que demonstrava admirar as qualidades do meu pequeno, e valorizá-la mais que seus defeitos de comportamento. Isso não fez com que ela passasse a mão por sua cabeça, nas horas em que era necessário uma postura mais enérgica, mas percebia que ela tinha um grande cuidado para não estigmatizá-lo entre os colegas.

Continua disperso, sem capricho com as atividades, desinteressado e... muito inteligente! Com 5 anos, já lia com uma fluência impressionante, com autonomia e muito interesse. Adorava ler (Graças a Deus até hoje ainda gosta)! Em 2007 inauguraram a Saraiva Mega Store no Iguatemi e, para ele, não havia passeio melhor que passar a tarde lendo livros lá. Eu, compulsiva, comprava livros e mais livros, e nós devorávamos todos em casa.

Nessa fase estava super-hiper-mega-apaixonado pela mamãe. E fazia questão de demonstrar isso o tempo todo. Vivia dizendo que me amava... No dia das mães, espontaneamente, foi me acordar, me desejando feliz dia das mães. Uma semana depois brincava comigo, mexendo na minha boca, para fazer cara de triste, dizendo: "quando estou longe de você", depois colocava as pontas dos meus lábios para cima, com posição de sorriso, e dizia: "quando estamos juntos". Oito dias depois, outra declaração: "- Mamãe, te amo. Sempre te amei, desde que eu era uma sementinha em sua barriga".

Pela primeira vez, curtiu, de verdade, um jogo do Vitória, para alegria do papai.




Começou a fazer futebol, mas, definitivamente, também não era o esporte dos seus sonhos.




Descobriu a televisão (antes eram só as fitas/dvd´s). Adorava Discovery Kids (Backyardigans, Jakers, Lazytown, Harry e o Balde de Dinossauros, Clifford). Estava tão viciado, que tive que limitar a televisão a quatro desenhos por dia, porque ele deixava de fazer qualquer coisa para ficar em  frente a TV. Por conta do interesse pelo canal, aprendeu a usar o computador, para acessar a página da Discovery.

Para estimular o seu interesse pela leitura, assinamos a Revista Recreio para ele.

Cortou a orelha do amigo na escola, quando tentava cortar seu cabelo.

Engravidei de Leti, depois de ter perdido dois bebês, por abortos retidos. Ele ficou super feliz com a notícia, dizia que queria uma menina e ficava todo entusiasmado quando o avô perturbava, dizendo que ele mandaria na irmã. Tentamos envolvê-lo em todos os preparativos para evitar o ciúme e ele respondeu bem. Toda vez que Leti ganhava presentinhos ele saía para mostrar à babá, dizia o que tinha gostado mais, queria tudo rosa... Bordei uma toalhinha para ela (rosa, para atender a vontade do irmão) e, um dia, percebendo que ela estava mexendo, ele correu, pegou a toalhinha e disse: "Leti, olha pelo umbigo o que mamãe fez para você". Muito fofo!

Perdeu seu primeiro dentinho com 5 anos e meio. E o deixou debaixo do travesseiro para a Fada do Dente.



Ganhou um parque de presente dos avós (na casa deles). E logo o estreou em alto estilo, com uma queda que quase comprometeu seus dentes superiores.

Fez cirurgia de fimose e hérnia umbilical. O pênis sangrou muito na cirurgia, inchou, ficou mais sensível, mas, seguindo as orientações médicas, tudo acabou ficando bem.


Tia Samira acompanhou toda a cirurgia

Empinou pipa pela primeira vez, na praia de Stela Maris.

O interesse da vez é por Max Steel. Overdose, como tudo que gosta.

Começou a fazer capoeira. Pela primeira vez, o vi realmente motivado por um esporte. Escolheu como seu nome de guerra Carnotauro. Ao contrário dos outros esportes, quando algum feriado caía em um dia de aula, ele ficava chateado. E levava jeito para o esporte. Quando mudou de escola, acabou saindo. Ainda tentou continuar na escola antiga, mas ficou difícil. Na nova, não gostou.

Estávamos de preparativos para mudança. Um apartamento maior, com mais infra estrutura de lazer, com mais apartamentos e uma maior probabilidade de vizinhança de mais crianças, para favorecer seu círculo de amizades.

Por conta dos gastos com a mudança, sua festinha de 6 anos foi mais econômica. Fizemos um bolinho na escola para os colegas e um almoço no prédio novo, para parentes e alguns amigos. O tema: Max Steel. Decoramos toda a mesa tema da festa só com os bonecos dele.




Com 6 anos, tinha 1,22m e 25,8kg.









Quinto Ano de Vida
01/05/2006 a 30/04/2007


Aos 4 anos, Lipe já lia livros com palavras mais simples como o Macaco e a Mola e a Foca Famosa, de Sônia Junqueira.

Logo depois do seu aniversário, fizemos outra viagem a Sampa. Dessa vez, mommy foi consoco. Visitamos o Parque da Xuxa, o da Mônica, o Zoo Safari, a Exposição Dinos na Oca (Ibirapuera), assistimos ao Pequeno Príncipe, no teatro Frei Caneca.


Dinos na Oca

O Pequeno Príncipe



Zôo Safari

Parque da Mônica


Parque da Xuxa. Olha eu dançando com a Xuxinha


Estava próximo ao dia das mães. No show de encerramento do Parque da Xuxa, solicitaram duas mães voluntárias, para dançar com os personagens. Imediatamente me prontifiquei. Sabia as coerografias de cor e adorava dançar com Lipe. Samir diz que a outra mãe ficava olhando para poder dançar e eu parecia que fazia parte da equipe. Me realizei.

Lipe nunca foi uma aluno exemplar. Fazia o tipo sonso. Desde o grupo 2. Sempre foi muito inteligente. Algumas professoras chegavam a dizer que sua falta de interesse pelas aulas podia ser porque pegava as coisas muito rápido e aula perdia a motivação. Aos 4 anos, foi encaminhado para acompanhamento psicológico porque estava agressivo com os colegas, bagunceiro com suas coisas e com a expressão gráfica um pouco atrasada (seus desenhos limitavam-se a rabiscos). Algumas vezes, percebiam que ele dava formas aos desenhos mas os riscava por cima. Fez acompanhamento por um período, melhorou um pouco (pouco mesmo), mas acabou saindo. Na verdade, nós não estávamos vendo muito resultado no trabalho. E Samir tinha medo que ficasse estigmatizado.

Um dia, perguntou à babá quem morreria primeiro, ele ou mamãe. Ela lhe responde que mamãe, porque é mais velha. Ele, sentido, diz que preferiria morrer primeiro para não ficar sem a mamãe. Quase morro ali mesmo.




Já vinha com indicação cirúrgica, para extração de amigdalas e adenóides há um tempão. Toda vez que um médico me dava as requisições dos exames  pré operatórios, eu mudava de médico. Tentamos terapia holística para fugir da cirurgia, mas não teve jeito: com 4 anos fez a cirurgia. Tomou anestesia geral e medicação que causa amnésia. Entrou 7.40h saiu 10h do centro cirúrgico. Foi uma sensação terrível entregá-lo na porta do centro. Saímos (eu e Samir) com os olhos cheios de lágrimas. Quando despertou da anestesia, quis ver as amigdalas extraídas. As enfermeiras não acreditaram, mas foram buscar o material para mostrá-lo. Ficou sonolento todo o dia. Bebeu três goles de agua de coco e sorvete. Vomitou um pouco. Em casa, sua recuperação foi excelente. Só enjoou sorvete. Ficou um tempão sem tomar. Por conta da dieta, chegou ao ponto de querer lanchar estrogonoff.

Mas ganhou muito em qualidade de vida. Senti a diferença na primeira noite. Sempre me deitava ao seu lado na cama até que dormisse. E sabia que havia dormido, quando ouvia seus roncos. Na primeira noite fiquei um tempão ao seu lado e nada. Estranhei. Estava tão cansado. Achei que dormiria tão rápido. Quando resolvi olhar, percebi que já dormia profundamente, e não roncava absolutamente nada.


Quando voltou do centro cirúrgico

O passo seguinte à leitura foi a escrita. Nessa fase, ainda estava aficcionado por ferramentas. À noite, me pediu que no dia seguinte, quando fosse buscá-lo na escola, para irmos almoçar na casa de minha mãe, levasse seu martelo de brinquedo, para poder brincar lá. Eu falei que poderia esquecer. Ele resolveu o problema, escrevendo-me um lembrete. Foi o seu primeiro bilhete.


Traga o matelo (à esquerda é o desenho do martelo)

Nessa época, começou a se interessar por dinossauros e dragões. Lipe é do tipo 8 ou 80. Quando gosta de algo, só gosta daquilo, e se interessa, se aprofunda, aprende, enche nosso saco falando só daquele assunto. Sabia todas as espécies de dinossauros, se eram herbívoros ou carnívoros, em que período viveram, como foram extintos, tinha inúmeros brinquedos, dvd´s, livros.

No carro, só queria ouvir as músicas de Djavan: Se ("São Jorge por favor me empresta o dragão") e Eu Te Devoro ("fez a via láctea fez os dinossauros").




Foi pagem do segundo casamento: dos queridos amigos Bispo e Yndira.



No final do ano de 2006, fizemos uma viagem Camamu. A travessia de barco foi terrível. Ele, e todos nós, ficamos muito assustados. Parecia que o barco podia virar a qualquer momento. Chegando lá, o paraíso. Lindo demais. Ele aprendeu a andar de caiaque. Tudo de bom.





Em janeiro fizemos uma viagem a Aracajú, com a família de Samir: sua mãe, avó, seu irmão mais velho (dindo de Lipe) com a respectiva família. Ele curtiu um monte viajar com os primos. Mais ainda porque pôde visitar o Vale dos Dinossauros, no Parque Boa Luz.
Foi com 4 anos que ele se apaixonou pela primeira vez. A sortuda: uma carioca fofa, chamada Maria Eduarda, que morava na rua da vovó, e era sua colega de sala. Esse amor rendeu. Durou mais de um ano. Uma coisa linda. Ele queria dar presente do dia dos namorados, ela vinha passar a tarde em nossa casa, saíamos juntos (com seus pais também) em alguns finais de semana. Quando estava longe dela, ele falava que ia fazer e acontecer, quando chegava perto, sequer lhe dava um beijo no rosto de despedida, morto de vergonha que ficava. Ela, mais despachada, que vinha e dava o beijo de tchau, e ele ficava o resto do dia todo nas nuvens. Muito fofo!


A peça o Pequeno Príncipe veio se apresentar no TCA. Ganhei uns convites e o levei de novo para ver, junto com a "namorada" e o melhor amigo. Na saída, uma foto com Luana Piovani.



Fomos passar a semana santa na fazenda de uma tia minha e ele, fascinado por bichos como estava, acordou de madrugada, acompanhado da vovó e do papai, para poder ir tirar leite da vaca e ver os outros animais da fazenda.

A passagem do seu quinto ano de vida foi comemorada em alto estilo. Fizemos uma festinha na escola, saímos de lá direto para passar o final de semana em Sauípe, acompanhados da vovó, do vovô, da titia, do melhor amigo JP e seus pais, e, na volta, a festa para parentes e amigos num buffett infantil que adorei. O tema, é claro, foi dinossauros.

festa na escola

Sauípe





Fiz um livrinho resumindo sua vida nos primeiros 5 anos, que ficou na entrada do buffett para os convidados deixarem dedicatórias (foi esse livro que me ajudou a fazer esse resgate aqui no blog). Mandei fazer canetinhas de dinossauros para as pessoas escreverem e levarem como lembrança e bonequinhos reciclados com tampinhas e garrafas para a lembrança das crianças (junto com a dada pelo buffett).


Aos cinco anos, Lipe estava um exímio leitor. Tinha um raciocínio lógico perfeito. Identificava preços em cardápios, os planetas do sistema solar, quase todas as espécies de dinossauros, os cinco sentidos, números e cores em inglês, dentre tantas outras coisas...

feira de ciência na escola

pedalando no Dique

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Precisamos Conversar

Duas palavras. Um efeito aterrorizante.

Meu pai me ligou no domingo à noite e anunciou: precisamos conversar. Amanhã à noite passo em sua casa.

Mas não pode adiantar o assunto???

Nada demais, uma conversa informal...

Talvez porque tudo em nossa família tenha sido sempre resolvido na base conversa, das coisas mais banais, às mais graves, é que sempre temi mais um "vamos conversar" do que uma mão levantada.

Mil coisas passaram pela minha cabeça.

Precisava avisar com 24 horas de antecedência? Por que não, simplesmente, apareceu, e disse que vinha para uma conversa?

Imaginava: vai falar que acha que não estou brincando direito com Leti, que não estou cuidando bem de Lipe, que não estou dando a atenção devida a minha mãe... Nessas horas, todas as minhas culpas vêm a minha cabeça. Samir achava que ia nos chamar atenção por termos gastado demais nos EUA (rs).

Quando ele e minha mãe chegaram, ainda fazendo rodeios, pedi que fossem direto ao assunto.

Vieram me dar um puxão de orelha (como tantos outros).

Falaram que têm me observado, e têm percebido que tenho vivido muito em função de Leti e esquecido de mim, perdendo muito em qualidade de vida. Meu pai disse que percebe que tem recebido minhas atualizações do blog por email sempre depois da meia noite, e que sabe que não tenho qualidade de sono, porque sou eu que acordo com Leti (que dorme muito mal) e que ainda tenho que acordar cedo no dia seguinte.

Sugeriu que pagasse alguém para dormir com Leti pelo menos 3 vezes por semana, para eu poder dormir bem, e que propusesse um esquema de revezamento com as secretárias para, de 15 em 15 dias, ter alguém em casa aos domingos, para ficar com Leti quando quisermos sair ou fazer algum outro programa que não inclua crianças.

Ouvir que a queixa era sobre a minha falta de cuidado comigo mesma me aliviou um pouco, confesso.

Mas a conversa era um convite à reflexão.

E, embora não tivesse percebido, e nem ache que esteja vivendo em função de Leti, não posso negar que neste ano esqueci um pouco de mim mesmo.

Queria aproveitar a boa fase de Leti, cheia de novas descobertas, para ficar mais próxima dela e estimulá-la mais. Por isso, pedi exoneração do meu cargo comissionado no trabalho, passei a ir ao trabalho todas as manhãs para ficar com as tardes livres para as crianças (as pendências são resolvidas à noite), saí do espanhol (para liberar a manhã para o trabalho), parei de malhar (coisa que fazia no final das manhãs que não ia ao trabalho).

Descobri, e me desesperei, que engordei 12kg em um ano!

Acho mesmo que preciso reavaliar algumas coisas em minha vida.

Mas as sugestões de meus pais são tão difícieis de por em prática...

Colocar uma estranha para dormir com Leti está completamente fora dos meus planos. E exigir da babá, que acorda antes das 6h para colocar o café de Lipe, que perca a noite com Leti também não me parece muito sensato.

Quando Samir está em Salvador, é ótimo (estou aproveitando sua última semana de férias), porque ele acorda com Leti e dá conta do recado. Quando a babá acorda, ele pode dormir e descansar a noite perdida.

Fora este help esporádico, sinceramente, não vejo solução para este problema.

Quanto à pessoa em casa aos domingos, também tenho forte resistência. Acho uma comodidade ter em casa uma pessoa para cuidar das coisas das crianças e outra para cuidar da casa, da roupa, da comida. Mas, por outro lado, gosto de ter um dia semana só para a gente. Mesmo que a casa fique uma zona (porque só arrumo as coisas quando estou a fim), acho bom cuidarmos uns dos outros sem um estranho no meio. É verdade que Samir se sacrifica um pouco, porque como ele fica a semana fora, normalmente ele assume as noites mal dormidas de Leti, sem ter uma babá para entregá-la às seis nas manhãs de domingo. Mas ele não se queixa. Pelo menos, comigo.

Fora que o esquema de folga das meninas daqui de casa já está estabelecido, e mexer nisso depois de tanto tempo talvez me causasse algum transtorno.

Enfim, acho difícil operacionalizar as sugestões dos meus amados pais, mas a conversa serviu para eu refletir um pouco sobre a minha vida e tentar mudar algumas coisas.

terça-feira, 26 de abril de 2011



Quarto Ano
01/05/2005 a 30/04/2006

Meu maior dilema entre o terceiro e quarto ano de Lipe foi a adaptação total ao vaso. Ele tinha controle total dos esfíncteres, já tinha tirado a fralda durante o dia e à noite, mas sentar para fazer o cocô era um problema! Na hora em que ele sentia vontade de fazer cocô, pedia para colocar a fralda, e fazia em pé. Tentamos de tudo: conversas e mais conversas, pinico musical (um erro: ele só queria brincar), redutor de assento, histórias, livros, tchau para cocô, sentar junto para fazer... Uma maratona! Se não colocássemos a fralda e insistíssemos para fazer sentado, ele travava e não saía nada. Chegava a ficar uma semana sem fazer cocô, o que acabava ressecando as fezes, que só conseguiam sair (depois de tanto tempo) com o auxílio de um minilax. Até que resolvi tentar ajuda de uma psicóloga. Fui com Samir numa sexta feira, para uma conversa inicial, e ele iniciaria as sessões na terça seguinte. Milagrosamente, no final de semana que separou a nossa conversa do início das sessões, ele começou a evacuar no vaso. E nunca mais deu trabalho. Até hoje não sei o que aconteceu.



Nessa época, já falava absolutamente tudo, formava frases, formulava hipóteses, associava informações. Muito inteligente!
Seus grandes amigos dessa época foram João Pedro e Dudu. Vez por outra, vinham a nossa casa para passar a tarde, brincar, lanchar... Dudú saiu da escola logo depois, o que acabou esfriando a amizade, embora de vez em quando ainda se encontrem em aniversários. Com João, estabeleceu um vínculo mais forte e, embora hoje more no Rio de Janeiro, eles ainda mantém um sentimento gostoso de verdadeira amizade.



Com 3 anos foi pagem do casamento de tia Samira, junto com sua prima Gabi. Entrou na igreja se sentindo um príncipe.



Ele vivia repetindo que quando crescesse, seria juiz (por influência do pai) e consertador (acho que essa era sua real vontade. Ele amava ferramentas, e não saía de perto de quem estivesse consertando ou montando alguma coisa). Numa bela tarde de domingo, fomos à casa de uma amiga em Vilas e Samir, querendo mostrar a influência sobre o filho, o pergunta, todo cheio de si: - O que vai ser quando crescer, filho? Ele respondeu sem pestanejar: - "Pocurador". E, imediatamente, virou para mim e perguntou: - gostou, mamãe? Não consegui conter o riso.

Nessa época ele andava sedento de informações, tudo que ensinavam a ele assumia uma proporção infinitamente maior, por conta da sua curiosidade. Na escola, estava estudando formas geométricas. Enquanto pró ensinava quadrado, triângulo, círculo e retângulo, ele já sabia da existência do hexágono, pentágono, trapézio, paralelogramo, losango, porque vivia nos instigando a falar mais sobre o assunto.

Conhecia todo o percurso do alimento no aparelho digestivo: boca, faringe, esôfago, estômago, duodeno, intestino e reto (hoje nem se lembra mais), por conta de um livrinho que tinha comprado para ler para ele quando estivesse maior (numa dessas promoções imperdíveis rs). Fixada a informação, queria saber sobre o cérebro e suas funções, sobre o sistema urinário, respiratório...

Poucos meses depois do casamento da tia, teve outro dia de príncipe ao acompanhar os avós para entregar o diploma da dinda, que acabara de se formar.



Antes de completar 4 anos, leu sua primeira palavra. Lembro como se fosse hoje. Tínhamos ido a uma feira de livros no Centro de Convenções e, depois de visitar todos os stands, sentamos num café para fazer um lanche. Ele olhou a sua frente e disse: VIVO. Não entendi. Quando olhei para as minhas costas, estava escrito vivo por todos os lados, porque a VIVO patrocinava o evento. Emocionante!

Fomos passar a semana da criança no Rio, na casa de tia Samira. Passeamos, curtimos, ele fugiu pelo buraco do ar condicionado do quarto de visita, enquanto eu tentava colocá-lo para dormir, e, na volta à terrinha, foi recebido com toda pompa pelos avós e pela tia que ficaram morrendo de saudade.



Programação especial no Pão de Açúcar para o dia da criança


Ano de muitas viagens. Em dezembro fomos a Porto Seguro, acompanhar papai num evento de trabalho. Nas horas vagas, muita curtição.



Parque aquático de Arraial d´Ajuda

Abandonou definitivamente a mamadeira.

O natal teve um quê de especial nesse ano, porque ele ficou encarregado de fazer os presentes que daria aos parentes próximos: pintou vasos, caixas e porta retratos e deu um presente exclusivo a pessoas especiais .


Passamos o carnaval desse ano em Santa Catarina. Fomos a Floripa, Balneário Camboriú e aproveitamos a oportunidade para conhecer o parque de Beto Carrero. Ele gostou tanto, que fomos outro dia. Vovó e vovô também foram juntos. Titia-dinda não foi dessa vez porque estudava para um concurso (e valeu à pena, ela passou).

Como seu amigo Dudu fazia judô, ele se empolgou para fazer também. Matriculei na mesma academia onde tinha feito natação, comprei a roupa, levava para a aula, mas ele não queria saber de nada. O professor super disciplinador ficava irado, porque ao invés d´ele fazer o que o professor mandava, ficava conversando, deitava no chão, olhava para o teto... não durou três meses.




Beto Carrero

Um episódio que merece registro: Domingo de manhã. Digo que em casa não tem fruta nenhuma, então vou ter que fazer a vitamina de maçã (que ele não gostava tanto). Ele responde: - Vamos no Redemix (mercado) comprar frutas, mamãe. Respondo que estou sem dinheiro. Ele, prontamente, sai com essa: - Senta ali no computador e trabalha um pouquinho para ganhar dinheiro, mamãe.

Comemoramos seu quarto ano no Playland do Iguatemi. Uma festa menor, só para crianças, que ele amou. Os coleguinhas da escola compareceram em peso e ele se deliciou, já com seu espírito aventureiro, na mini (mini, super mini) montanha russa do parque.




Com 4 anos, pesava 17 kg e media 1,04 m.



Com a prima Gabi

Lindo, no São João em Bonfim






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