segunda-feira, 24 de abril de 2017

A morte e seus mistérios

Ontem antes de dormir, Mateus perguntou que dia era. Respondi que era domingo. Domingo é sempre um dia feliz, porque é o dia que dormimos grudados. E este grude noturno é um terreno sempre fértil para altas resenhas. Ele, então, num estalo, me perguntou: "mamãe, 'Deus' nasceu hoje?" Fiquei meio sem entender e respondi que não; que Jesus tinha nascido no natal.
 
Mas ele insistiu: "Ele nasceu de novo hoje, mamãe?".
 
Neste momento, me dei conta de que, na semana da Páscoa, conversamos um pouco sobre a morte e ressurreição de Cristo, lendo a Bíblia das Crianças que foi de Lipe.
 
Então respondi, depois de tentar explicar porque tinham matado Jesus (dúvida que ele não aceitava ficar sem resposta), que Ele havia ressuscitado naquele domingo de Páscoa e que na semana seguinte já estava vivo outra vez.
 
Foi a ponta do iceberg para uma profunda discussão sobre morte, medos e sentimentos intensos.
 
Ele perguntava se iríamos morrer também, dizia que não queria que eu morresse, que não queria morrer, perguntou se nasceríamos de novo depois da morte...
 
Quando estava aparentemente satisfeito com o curso da conversa, fechou os olhos. Minutos depois, os abriu e perguntou mais uma vez, implorando por uma resposta positiva, se depois que morrêssemos, nasceríamos de novo e na mesma família. Disse que queria a mesma família - igualzinha - de novo.
 
Ai, por que é tão difícil falar de morte com crianças pequenas??

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