segunda-feira, 20 de junho de 2016

Halloween Junino. Por que não?

A festinha de Leti de 8 anos começou a ser planejada há pouco mais de um mês. Eu, confesso, ultimamente, não me sentia muito motivada a festejar seu aniversário por conta do desgaste que vivo cada vez que tenho que levá-la a uma festa de aniversário, para conter sua ansiedade extrema em relação à comida.
 
Mas sua psicóloga sugeriu que eu a envolvesse na organização de sua festinha este ano. E eu senti, no tom da sua voz, que ela esperava algo diferente desta vez.
 
Aproveitei a deixa e embarquei. Imaginei mil coisas na minha cabeça e ia desimaginando à medida que Leti ia propondo algo diferente.
 
Mas uma coisa defini ditatorialmente: o formato da festa. Seria algo bem pequeno, para dar espaço para Leti poder aproveitar o momento. Mas com a carinha dela.
 
Decidimos convidar seus colegas de escola e a família apenas: a minha e a de Samir (pais e irmãos com respectivos). A festa, com o aval dela, seria em nosso apartamento.
 
Para mim, foi um grande dilema abrir mão de convidar amigos queridos, com filhos pequenos, inclusive, para compartilhar este momento de celebração. Mas cada vez que o coração apertava, eu pensava: a festa é de Leti e ela precisa de um ambiente o mais tranquilo possível para aproveitar melhor.
 
E assim foi.
 
O primeiro ponto a definir com ela era a escolha do tema da festa.
 
Aproveitei a viagem a São Paulo, como já disse aqui no último post, e fomos à 25 de Março comprar as coisas de sua festa.
 
Foi engraçado porque tudo que via ia colocando na cesta: era toalha da Princesa Sofia, copo de Carros, prato de Toy Store... Um samba do crioulo doido! Até que expliquei para ela que precisava definir um tema para a festa, escolher como queria que enfeitássemos a casa, a mesa, como seria o bolo... Então ela fechou: halloween (e é, realmente, um interesse que vem bem vivo desde o ano passado).
 
Seguimos nosso tour procurando artigos de halloween, mas, vez por outra, ela se empolgava com decoração junina. Resolvemos, então, fazer a sua festa de halloween junino. E por que não?
 
Depois de comprar umas coisitas na 25, o próximo passo foi escolher o menu da festa. Juntas recorremos ao bom e velho google para termos ideias. Dali surgiu a ideia do bolo roxo com bruxa (e eu pedi bandeirolas para dar o toque junino) e de detalhes que fomos pescando aqui e ali.
 
Pedi também que a mediadora da escola a implicasse no processo de entrega dos convites aos colegas, para ela perceber a concretude do seu ato.
 
Depois de tudo organizado, surgiu, para mim, a questão mais difícil: como envolver Leti num entretenimento com seus amigos? Ela que tem interesses tão restritos...
 
Foi aí que tive uma ideia! Brilhante ideia, modéstia parte. rs
 
Contactei o grupo Balonè, para  ver a viabilidade de fazer a recreação da criançada.
 
Abrindo um parêntese, vale explicar que o grupo é formado por 3 ex-professoras de Leti da Gira Girou, que tiveram, cada uma em seu momento, uma participação riquíssima na vida da minha filhota.
 
Pois bem, queria aproveitar o vínculo que unia as meninas à minha filhota, a experiência delas com Leti e com a recreação infantil e a possibilidade de pensarmos juntas a melhor maneira de formatar a nossa tarde para tentar assegurar um momento agradável para todos.
 
Pensando nisso, depois de fazer contato com uma delas, marcamos um almoço para tricotarmos. Falei sobre os interesses de Leti, sobre a imaginação fértil, as brincadeiras simbólicas, a dificuldade das brincadeiras motoras... Pensamos em algumas coisas juntas e elas ficaram de aprimorar depois.
 
Apesar de ter ficado mais tranquila por serem elas quem mediariam as brincadeiras, o coração ainda estava um pouco apertado.
 
Pouco menos da metade da turma pôde comparecer à festinha, mas os 7 que estiveram presentes representaram bem todos os outros, dando sua parcela de alegria para o encantamento do dia.
 
A festa, em si, foi bem modesta. Usamos os artigos de decoração que compramos em São Paulo, e mais umas coisas que já tínhamos, encomendamos uns salgados, fizemos docinhos e comidinhas juninas em casa e pedi para fazerem o bolo do jeito que ela queria.
 
Foi difícil contê-la enquanto arrumava as coisas pela manhã e, para deixá-la menos ansiosa com as guloseimas que saíam da nossa cozinha, Samir foi com ela para a casa da mãe, já que eu estava sem secretária no domingo para arrumar as coisas.
 
Marquei a festa de 15h às 18h e pedi que os pais deixassem as crianças e buscassem depois porque, como seria dentro do apartamento, fiquei com medo de ficar desconfortável.
 
As meninas do Balonè chegaram às 15h, embora a recreação estivesse marcada para 15h30. Foi linda a carinha de Leti ao ver cada uma delas. Uma expressão de amor e carinho. Lindo, lindo!
 
As crianças foram chegando, e se chegando. Conhecendo o espaço, se apropriando, explorando...
 
Às 15h30, começou.
 
Não vou dizer que Leti, espontaneamente, se entregou às brincadeiras. Esta não seria ela. Pelo menos neste estágio da vida. Mas, com nossa mediação, participou muito das brincadeiras, que foram pensadas com muito critério para envolvê-la no processo.
 
A brincadeira teve um roteiro cuidadosamente pensado a partir dos seus interesses. Três bruxas vieram nos visitar nesta tarde. Uma caixa mágica abria o portal de chegada de cada uma delas. Uma bruxa fazia uma poção mágica (brincadeira muito presente na imaginação de Leti), outra contava a história de João e Maria (que relatei ter sido o que mais a impressionou na exposição de Tim Burton que vimos em São Paulo) e a outra trazia brincadeiras mais corporais.
 
No fim das contas, Leti participou ativamente de 1h30 de recreação, quando começou a dar mostras de cansaço. Para mim, um sucesso absoluto! Para quem tem um tempo de concentração curtíssimo para esse tipo de atividade, segurar 1h30 de recreação poderia justificar até a entrada para o Guiness Book.
 
E neste tempo, além das brincadeiras mais simbólicas, ainda jogou bola, passou por cima de corda, atravessou um colchão inflável...
 
Relembrar cada momento me emociona imensamente! Em cada pequeno detalhe: da escolha do vestido velho (quando eu tinha comprado um novo lindo para a festa), à resposta que me deu quando, ao vê-la com o chapéu de bruxa que a colega colocou em sua cabeça, perguntei se era uma bruxa (e ela respondeu, tirando o chapéu rapidamente da cabeça, que era uma princesa, o que demonstra um lindo processo na construção da sua identidade), passando por cada sorriso, cada resposta contextualizada, cada permissão para que pudéssemos tê-la como parceira de diversão...

Foi uma festinha, repito, modesta, mas que me proporcionou uma felicidade que, talvez, nenhuma outra festa glamorosa proporcionaria.
 
Passado este momento que ficará para sempre em minha memória, resta a gratidão ao Balonè, por ter tornado realidade tudo o que pensei para o dia da minha princesa, às famílias das crianças que deram o colorido especial à festa da minha filhota e à nossa família, que, com um amor incondicional, vibra por cada pequena conquista da nossa princesa.


























 

Um comentário:

Unknown disse...

Uma festa linda, intimista, bem pensada, decoração show. Tenho pensado em fazer as festas dos meninos neste modelo. Nada muito incrementado, cheio de gente. Feita realmente pensando na diversão do aniversariante e de seus amiguinhos. Parabéns para todos envolvidos!
Bjos,

Priscila Nascimento- maededudueartur.blogspot.com

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