terça-feira, 15 de setembro de 2015

Carinho, sensibilidade e discernimento

A pose foi enquanto o carro estava parado...
 
A companhia dele é sempre revigorante! O sorriso largo, a necessidade do contato, o desprendimento para demonstrar carinho... Tudo nele é intenso! Tanto as demonstrações de carinho, como as de ira. Mas meu amadurecimento como mãe faz com que eu entenda melhor este processo e lide com ele de uma maneira mais leve e eficaz.
 
Mas nem sei porque comecei a falar disso. O objetivo deste post era falar de uma tarde que tive com meu pequeno. Tenho tentado me proporcionar e proporcionar a meus filhos, além dos momentos em família, momentos exclusivos. Com cada um deles, fazendo algo que os dê prazer. Sexta passada a tarde foi de Teteu.
 
A proposta era vermos o Pequeno Príncipe no cinema, livro que amo e que inspirou a sua primeira festa de aniversário. Apesar de ouvir que a animação não era propriamente um filme infantil, resolvi levá-lo e arriscar, disposta a sair no meio se ele assim quisesse.
 
Ele estava animado, dizia ser o "grande príncipe", num processo de identificação que sempre rola com tudo o que assiste, e, de posse de um substancioso copo de milk shake, que fui obrigada a compartilhar, entrou na sala com todo gás.
 
Esteve atento por praticamente todo o tempo, às vezes captando um pouco do sentimento (ele tem uma sensibilidade fora de série), às vezes se divertindo por se divertir, até que cansou. Faltando uns 20 minutos para o fim do filme. Curiosa foi sua reação ao ver o "pequeno príncipe" crescido. Se espantou ao perceber que de fato havia um grande príncipe, papel que ele reputava a si mesmo. A expressão foi linda demais de se ver.
 
No finalzinho, quando pediu para ir embora, fiquei tentando entretê-lo para não perder o final da história. E deu certo!
 
O filme é lindo e faz uma importante reflexão sobre a infância nos dias atuais. Todos os adultos-pais-de-crianças deveriam assistir.
 
Minha ideia era sair de lá e ir para uma "praça" montada no canteiro central do shopping. Mas ele viu o Game Station e bateu pé que queria ir lá. Eu, que não gosto nada nada destes parques de shopping, acabei cedendo. O dia era dele. Justo que ele participasse da programação.
 
O parque estava vazio, o que me deixou relativamente mais tranquila para curtir com meu pequeno. Brincamos bastante, rimos, curtimos... Ele, obviamente, não queria sair de lá. Mas, depois de alguns combinados, conseguimos descer civilizadamente para a "pracinha".
 

 
 
O espaço está super gostoso. Com brinquedos de praça, como escorregadeiras, gangorras e roda-rodas, barraquinhas de lanche, espaço para contações de histórias e apresentações. Ele ouviu história, comeu pipoca, escorregou, rodou, balançou, cansou (mentira, quem cansou fui eu) e fomos embora.
 


 
 
Um episódio interessante ocorreu entre o momento que compramos o ingresso do cinema e fomos buscar o milk shake.
 
Há duas semanas, o levei ao shopping comigo para resolver umas coisinhas que precisava. Por duas vezes, uma quando estava numa loja e outra quando estava com ele no banheiro infantil, ele saiu correndo para longe de mim. Da primeira vez, vi e acompanhei para ver o que faria. Da segunda, por uma fração de segundos, o perdi de vista e não vi para onde tinha ido. Foram 30 segundos de pânico até encontrá-lo.
 
Das duas vezes, falei que não poderia sair correndo para longe de mim, porque alguém que o visse sozinho poderia pensar que ele não tinha papai e mamãe e poderia querer levá-lo para ser seu papai e sua mamãe e blá blá blá...
 
Dias depois, ele me relatava o medo que sentia de um brinquedo de Lipe. Eu aproveitei a oportunidade para lhe dizer que não precisava ter medo do boneco porque era só um boneco, sim, um boneco feio (um monstrinho assustador do filme de Harry Potter), mas que não podia lhe fazer nenhum mal. Que deveria sentir medo era de correr para longe de mim no shopping ou dentro de um estacionamento, porque, nestes casos, algo de ruim poderia lhe acontecer.
 
Conversando sobre o episódio com uma amiga no trabalho, ela dizia que tinha o mesmo discurso com seu filho pequeno, mas que não achava que isso o inibiria de repetir o comportamento, porque, pela idade, eles não compreenderiam a gravidade da situação.
 
Pois bem, voltando a nossa tarde. Quando saímos do guichê do cinema, ele ensaiou correr em busca do seu milk shake, mas, imediatamente, parou, segurou a minha mão, e me puxou para andar mais rápido. Quando chegamos ao destino ele me olhou e disse algo do tipo: "-você viu, mamãe? Eu não corri no shopping para longe de você."
 
Quase morri de amor e orgulho!
 
Me abaixei à sua altura, o elogiei pela atitude, o enchi de beijos e carinho, e fiquei ainda mais convicta de que, seja qual for a idade ou o nível de compreensão, o diálogo é sempre o caminho.
 
 

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