quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Estratégias para domir melhor

Como falei no post sobre a consulta com a psiquiatra, um dos motivos da retomada da busca de um profissional médico, aliás, o principal motivo, foi o desespero em relação ao sono de Leti.

Depois de tentar várias estratégias, sem êxito, passei a admitir a possibilidade do uso de medicação e quis ouvir um profissional a respeito.

Saí do consultório com a prescrição da melatonina, mas com uma sugestão: tentar fazer uma mudança na rotina de Leti por 15 dias antes de iniciar o uso. Eu deveria suspender o sono vespertino dela e a estimulação fotoelétrica (TV, DVD, computador, iPad, celular...) no mínimo uma hora antes de dormir.

Resolvi aliar as mudanças propostas a algumas outras sugeridas por sua psicóloga e colhidas das minhas leituras a respeito.

Numa conversa que tivemos a respeito, ela me dizia que a criança, quando desperta de madrugada, procura o mesmo estímulo que teve ao adormecer para voltar a dormir. Assim, se Leti dormia me ouvindo contar histórias, inconscientemente, procuraria o mesmo estímulo ao acordar de madrugada para retomar o sono.

Sugeriu que a deixasse dormir só. E perguntou como havia sido com Lipe.

E com Lipe foi curioso. Gradativo. Bebê, dormir no meu colo, ninado. Quando foi para a cama, passei a me deitar ao seu lado até dormir e, antes de completar 4 anos, fizemos um combinado. Quando fizesse 4 anos, passaria a dormir sozinho. O problema foi que ele fez 4 anos, chegou em casa dormindo da festa e, no dia seguinte, viajamos para São Paulo, para a casa do vovô.Eu estava tensa, afinal, de acordo com o combinado aquela seria a primeira noite a dormir só e estávamos fora de casa. Disse a mim mesma que se ele resistisse, repactuariamos o acordo para começar a valer quando voltássemos para casa. Mas, para minha surpresa, ele cumbriu o combinado. Preparei sua cama, lembrei do nosso acordo, lhe dei um beijo, avisei que estaria por perto, apaguei a luz, fechei a porta e saí. Na verdade, fiquei atrás da porta aguardando um chamado. Mas ele não veio. E dali em diante meu filho passou a dormir sozinho.

Carla ouviu atentamente e fez apenas um comentário: Leti já tem 6 anos! Lipe tinha 4! Chamou Leti e conversou com ela a respeito.

Sugeriu que conseguíssemos algum objeto que ela pudesse levar para a cama, uma pelúcia, e que investíssemos em afetividade em relação a este objeto.

Além destas sugestões, passei a deixar o ambiente mais tranquilo à noite em casa. Menos luzes acesas, volumes mais baixos, menos agitação...

As orientações da psiquiatra temos conseguido implementar durante a semana (no fim de semana fico com pena de deixar sem um cochilinho), as da psicóloga só eu faço, então, se dorme com o pai ou com a babá, tem companhia até pegar no sono (mas estou me preparando para armar uma força tarefa para darmos consistência a essas práticas).

Na verdade, é preciso preparo psicólogico. Hoje mesmo, levei-a para a cama, contei histórias antes de tomar o leite, dei o leite, escovei os dentes, peguei seu sapo azul de pelúcia e a deixei na cama em sua companhia. Mas ela me pediu com o jeito meloso que só quem a conhece bem sabe como é: - deita na cama, mamãe.

Expliquei que já tínhamos conversado sobre isso, que ela era uma menina grande, que o sapo estaria com ela, que eu estaria do lado caso precisasse de algo, mas que dormir era algo que deve ser feito só, bastaria fechar os olhos.

Saí do quarto com o coração apertado e os olhos marejados. Me perguntando se ela teria capacidade de perceber que aquilo era uma ato de cuidado e não falta de carinho.

Mas só o tempo me dará a resposta...


Enquanto isso, a melhora de Leti é gritante! Ela, que acordava a madrugada toda e despertava definitivamente entre 4 e 5 da manhã, já não acorda mais de madrugada (salvo raríssimas exceções).

Ela tem dormido por volta de 20h e acordado pouco antes de 5h. Tem assgurado mais de 8 horas de sono, coisa NUNCA antes acontecida. Mas ainda tem sido custoso mantê-la acordade depois do almoço. Temos contado com a parceria incansável da sua professora que, para mantê-la acordada, acaba por flexibilizar o planejamento para lhe oferecer materiais sensorialmente atrativos para manter o seu alerta: argila, massinha, giz de cera...

Acredito, então, que, embora  a sua rotina de sono tenha melhorado sensivelmente, ainda há algo a ser incrementado, acho que ela precisa de mais horas de sono para conseguir passar o dia todo bem.

Por isso tenho pensado em comprar a melatonina e lhe oferecer dormindo, por volta de meia noite, para ver se ela estende mais o sono. Assim teria mais horas de sono e acordaria um pouco mais tarde, me assegurando também um tempo maior (já que não durmo na mesma hora que ela).

Mas antes vamos afinar o discurso em casa para que todos usem das mesmas metodologias com ela, para ver se conseguimos melhores resultados sem medicação.

Em breve volto para contar as novidades.

Um comentário:

Aline Rosa disse...

Meu coração partiu em 100 com o "deita na cama, mamãe". Imagino o seu!

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