quinta-feira, 7 de março de 2013

Mudanças: a chegada da prometida (parte 5, e final!)

Na terça feira, minha prometida babá chegou!

A grande referência que tinha dela eram os comentários da fono de Leti que, por mais de um ano, acompanhou sua dedicação a um lindo garotinho com síndrome de down. Mas, como ela queria estudar e o trabalho lá não permitia, e ela sairia de qualquer jeito, foi feita a ponte para que eu pudesse aproveitar sua qualificação acumulada ao longo do tempo.

Apenas para contextualizar, vale dizer que temos duas babás em casa! Tenho até vergonha de dizer isso aqui na blogosfera, onde tantas mães fazem malabarismos para dar conta da casa, do marido, dos filhos... Vergonha por, talvez, passar a impressão de que tenho em casa alguém para assumir um papel que, na verdade, é meu, já que, ao abrirmos nossa vida num ambiente virtual como este,  sem prever o alcance que isso toma, permitimos que pessoas que não sabem nada da nossa realidade criem seu próprio estereótipo a nosso respeito, algumas vezes, equivocado.

Mas o fato é que preciso de duas babás. Primeiro porque trabalho e, com meu trabalho, assumo, juntamente com meu marido, e em igualdade de condições, as despesas da casa. E trabalhar, além de ser necessário, para o custeio das despesas, é, para mim, um prazer! É algo de que não abriria mão, a não ser em condições de extrema necessidade. Segundo porque o maridão trabalha no interior e só está em Salvador nos finais de semana, quando assume, na genuína acepção da expressão, seu papel de pai. Mas, durante a semana, sou eu que tenho que me desdobrar para cuidar e para dar atenção às crianças, para trabalhar de mãetorista, para fazer o meu trabalho, para cuidar dos rotineiros problemas domésticos... Terceiro porque não abro mão de ter um tempo para mim, mulher. Tempo para jogar futebol, hábito que retomei há quatro semanas e que tem me feito um bem enorme, para (tentar) malhar, para encontrar amigos, para ser mulher do meu marido, e não apenas mãe dos seus filhos... E como meus dois pequenos ainda demandam atenção intensiva, abrir mão de uma das babás seria ter que assumir, na integralidade, o cuidado, 24h por dia, de um deles, que acabaria inviabilizando o exercício destes outros papéis em minha vida.

Mas ter duas babás, é bom que se diga, não significa deixá-las o tempo inteiro responsável por meus pequenos. Até porque cuidar de criança envolve outras atividades, como limpar seu quarto, cuidar das suas roupas, preparar sua comida, higienizar mamadeiras, chupetas, brinquedos..., atividades estas, confesso, que não me atraem muito. Significa ter alguém de apoio para cuidar deles e de suas coisas, sempre que necessário.

As tenho sem culpa porque sei que não terceirizo meu papel de mãe, de cuidar e educar meus filhos e que tê-las em casa me possibilita ter tempo para mim que, sempre, é revertido num melhor tempo para eles.

Mas voltando à prometida...

Desde antes do carnaval, quando nos vimos rapidamente na clínica da fono de Leti, tínhamos deixado acordado que, assim que ela terminasse de cumprir seu aviso prévio, ela viria para cá. Ela chegou a vir aqui em casa logo depois do carnaval, para conversarmos e nos conhecermos melhor, quando me disse que teria que permanecer no trabalho até o dia 02.03.

O fato é que estava precisando de duas novas babás porque a babá de Mateus iria voltar para o interior para assumir um emprego oferecido pelo novo prefeito.

Como a de Leti já havia sido encontrada, continuava procurando uma para Mateus. Até que há 3 semanas, conseguimos uma. Minha ideia era manter a antiga, dando um suporte a Leti até a nova chegar.

Mas no seu primeiro dia nessa nova função, ela deu mostras de que sua permanência aqui poderia ser extremamente danosa a minha filha.

Explico!

Como Leti dorme muito mal, e sou eu quem perde as noites com ela (a não ser no fim de semana quando o super papai está em casa), logo que as babás acordavam (as duas dormiam em minha casa), eu entregava Leti e voltava para a cama para dormir mais uma ou duas horas.

Na primeira manhã em que esta babá antiga ficaria com Leti, minha prima, que havia dormido em minha casa, para a resenha pós baba, presenciou seu total descaso com minha princesa. Leti deitava no chão, se balançava, batia a cabeça, e ela fazia cara de paisagem. Falava gritando com Leti, com grosseria. E, quando advertida por minha prima para ter paciência, respondeu que já estava indo embora mesmo, e que o problema ficaria com as meninas que continuariam aqui, dando a entender que não faria nada diferente!

Quando minha prima me contou o ocorrido, não hesitei. Depois de falar com Samir por telefone, acabei demitindo a dita cuja, mesmo sabendo que ainda faltavam duas semanas para a outra babá chegar.

Quando fui demiti-la, ela veio me perguntar o que minha prima tinha me falado, num tom defensivo, dizendo que não tinha maltratado Leti. Falei que, realmente, minha prima não tinha falado em maus tratos, mas num descaso tamanho, que eu não admitiria que ela continuasse com minha filha.

Depois fiquei pensando se, realmente, sua conduta não poderia ser considerada maus tratos. Porque mau trato, pra mim, não precisa culminar em agressão física, mas pode, sim ficar configurado através de uma conduta menosprezante (não achei outra palavra que dissesse o que eu queria). Criança tem uma sensibilidade grande, sente quando sua companhia não é bem vinda, quando ela é ignorada e isso pode ter consequências desconhecidas por nós. Fiquei imaginando o quanto minha filha pode ter sofrido nos dois meses em que trocamos umas 5 babás em casa...

Mas não dá para chorar o leite derramado! E, sim, aprender com o erro! E, sendo assim, optei por segurar as pontas só com a babá de Mateus até a nova chegar. Foram duas semanas cansativas, mas, não tenho dúvidas de que foi o melhor a ser feito.

Acredito, inclusive, que Leti já demonstra uma sutil melhora em seu comportamento em decorrência da dispensa da babá e da minha atenção mais ostensiva, antes mesmo de todas as mudanças em sua rotina (como já havia mencionado aqui).

Abri mão de ter outra babá que dorme em minha casa, para ter uma pessoa qualificada e comprometida com a minha filha.

Pretendo nessas duas primeiras semanas, pelo menos, ficar junto com a babá o tempo inteiro para que ela me veja brincar com Leti e cuidar dela. Quero também dar um tempo para que minha pequena comece a criar um vínculo com essa nova pessoa que entra em sua vida.

A impressão que tenho é que, de fato, as coisas estão finalmente se ajustando em minha casa. As duas babás são ótimas! Responsáveis, cuidadosas (tanto com Mateus, como com Letícia, cada uma delasa), bem humoradas, comprometidas. Mesmo com tão pouco tempo aqui, dá pra sentir o carinho com as crianças e a vontade de fazer a diferença na vida delas. Coisa que não senti com nenhuma outra que passou aqui antes.

Espero estar iniciando um longo período de paz doméstica...




Um comentário:

Vaneska disse...

Ai amiga, e eu também... espero que fique tudo bem com vcs e que elas continuem só evoluindo como babás e como pessoas!
Beijos e sucesso!

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...