sábado, 23 de junho de 2012

Apego Literário

 

Passados 4 meses da mudança para a casa nova, resolvi, finalmente, pegar meus livros para guardá-los num lugar definitivo.

Me surpreendi com a quantidade. Achava que eram mais. Ficavam tão espremidos no apê antigo... Mas foi uma sensação deliciosa relembrar daqueles que me emocionaram, dos que me fizeram rir, dos que me fizeram repensar algumas coisas, dos que me mostraram um mundo que eu não conhecía...

Haviam livros que li na época da escola, outros da época da faculdade, uns que li quando estava grávida e tentava aprender um pouco sobre a maternidade, outros que li quando buscava resgatar o hábito da leitura para criar um ambiente estimulante para o meu filhote. Revi também aqueles que comecei a ler e não consegui terminar (Cem anos de solidão foi um deles), e outros que comprei e sequer comecei a ler.

Tenho dificuldade para me desprender dos meus livros: sejam os que já li, os que não consegui ler por completo, ou os que nem iniciei a leitura. Sejam novos ou velhos, meus ou dos meus filhos. Dou roupas, sapatos, brinquedos, mas livros...

E tanto isso é verdade que, nesta minha arrumação, encontrei, dentre meus livros, um que ganhei de presente da minha professora da segunda série, em 1985, há 27 anos atrás. Meu Deus, que relíquia! Por que será que o guardei por tanto tempo? E pior, por que continuei guardando-o? Me emocionei ao encontrá-lo. Lembrei da professora. Não lembro nada da sua fisionomia, mas me lembrei do sentimento que nutria por ela, que era de um carinho verdadeiro. E ele continua na prateleira com os outros livros. Sabe-se lá por quanto tempo.

 

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Reencontrei também os que lia na infância/adolescência, numa época em que ler era uma compulsão e que a leitura era uma constante em minha vida. Estes guardei na intenção de, um dia, passar para meus filhos, na esperança de que eles pudessem desfrutar do mesmo prazer que um dia havia me invadido. Acho que chegou esta hora. Separei alguns e dei a Lipe, que, graças a Deus, conserva até hoje um excelente hábito de leitura, por mim constantemente incentivado.

 

porta livros em seu quarto

Na verdade, confesso que, separando os títulos, não consegui me lembrar com detalhes da história de nenhum deles, mas, olhando para alguns, a sensação que voltava era algo do tipo "nossa, esse livro me tocou", apesar de não me lembrar exatamente o por quê. Peguei aquele que me trouxe esta sensação mais intensamente e pedi que ele o lesse, quando terminasse os livros que estava lendo (sim, ele está lendo dois ao mesmo tempo: O natal do pequeno Nicolau e Zac Power), e que depois me fizesse um reconto.

Ele se animou com a ideia e colocou o livro (Um elfo em minha mão) em sua lista de espera. Estou ansiosa por este feedback.

Aproveitei e separei alguns livros de Lipe, que não estão mais adequados para sua idade, e rearrumei-os no quarto de Leti, que também adora livros.

Alguns deles já estão no top list da pequena, como o “Menina Bonita do Laço de Fita”, cuja história ela já sabe de cor; e “Patrícia”. Em relação a este último, gostaria de compartilhar a emoção que senti ao constatar em minha princesa reações muito similares às que Lipe tinha quando eu lia para ele o livro. O livro trata de uma garota que tem uma imaginação fértil e tenta compartilhar seus pensamentos com os membros da sua família. Quando percebe que não terá a companhia dos pais, nem da avó, resolve extravasar  e soltar seus pensamentos aos borbotões. Os pensamentos são soltos em forma de ilustrações, desenhos variados de dragão, baleia, urso, flores, chapéu… Nesta parte do livro, Lipe sempre parava e nomeava, um por um, cada pensamento de Patrícia. E Leti, espontaneamente, sem qualquer intervenção minha, passou a fazer a mesma coisa. Achei lindo demais e me emocionei percebendo como a vida é cíclica e acreditando nas tantas possibilidades que ainda se abrirão para minha filhota.

E já que estou falando de livros, gostaria de compartilhar aqui uns presentinhos que Leti ganhou em seu aniversário e que achei super interessantes.

O primeiro é um CD de histórias de Ruth Rocha, narradas pela mesma, que são intercaladas com músicas do Palavra Cantada que tratam do mesmo tema. Lindo demais! Leti só não se interessou mais porque não conhece as histórias. Mas já separei uns livros  que Lipe tinha, para que ela se familiarize com as histórias. Tenho certeza que o sucesso está garantido.

 

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O segundo foi um livrinho que ganhou da sua fono. Um livro para compartilhar. A história é simples, para crianças pequenas, e a ideia é que o adulto leia o livro maior, e a criança acompanhe a história no menor. Amamos!

 

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Por último, um presente que nem sei quem lhe deu, mas que ela amou de paixão. A história dos 3 porquinhos, desde sempre, foi a sua favorita, e este livro vem acompanhado dos dedoches dos personagens e do cenário para montar e contar a história. Fantástico!

 

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Como nossa família cresceu, e, por consequência, a possibilidade de reaproveitamento literário, acho que nosso acervo ainda permanecerá por muito tempo em nossas vidas.

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