segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Nem tudo são flores...

É ótimo falar da evolução de Leti aqui. Mas, infelizmente, nem só de coisas boas são regados os nossos dias. E o resgate de uma estereotipia tem nos deixado tristes e preocupados.

Ela voltou a bater com a cabeça na parede. Do nada! De um dia para o outro. E tem feito isso em casa, na escola, nas terapias, em todos os lugares.

Às vezes tenho a impressão de que faz para chamar atenção, às vezes me parece ser uma forma de autorregulação (pára, vai para alguma parede, bate a cabeça umas quatro, cinco vezes, depois volta a fazer o que estava fazendo).

No final do ano passado, por um período, ela começou a fazer isso com constância, mas em pouco tempo abandonou o hábito, sem que tenhamos percebido se isso decorreu de alguma atitude nossa, ou, simplesmente, de um amadurecimento seu.

Lembro-me, inclusive, que no workshop de son rise se falava que este era um ismo muito comum entre pessoas autistas. Mas, como ela não mais se encaixava no perfil, sinceramente, não me recordo se sugeriram estratégias para tentar inibir o comportamento, embora lembre que eles não estimulavam a prática da repetição (juntar-se) em comportamentos autodestrutivos, como, a meu ver, seria este.

Enfim, ando perdida! Prefiro escrever aqui sobre esses momentos difícies depois de descobrir alguma estratégia para contornar o problema e, neste caso, ainda não encontrei o caminho que pareça mais acertado.

Algumas vezes, impulsivamente, censuro, brigando; em outras, busco tirá-la do comportamento, envolvendo-a em outra atividade; em outras, simplesmente, ignoro-a. Mas não sei quando estou agindo da forma certa.

Preciso encontrar meu ponto de equilíbrio para lidar com a situação de maneira coerente e tranquila. Por enquanto, vou seguindo com minhas tentativas e erros, na esperança de não estar causando um mal maior à cabecinha da minha filha, que acaba ficando exposta às desencontradas intervenções de sua mãe nestes momentos de aflição.

4 comentários:

Anônimo disse...

Ai Jana,
isso é um horror. Meu filho não bate na parede, mas bate nas cadeiras, no sofá, no chão e no nosso corpo. Ele olha pra gente e bate a cabeça, como que esperando uma reação. Em conversa com as psicólogas, dele e minha, ouvi suas opiniões e tentei montar nossa estratégia lá em casa. As duas acreditam que ele faz para chamar a atenção, pelo detalhe que ele olha pra gente antes, durante ou depois de fazer. Aí eu chego perto dele, tento conter as investidas, e falo, com voz baixa, que ele não precisa fazer aquilo. Na verdade, meu filho faz isso quando está chateado, com raiva ou frustrado. Falo sério com ele, que ele tente mostrar o que quer. Aí, se ele quer o leite o olha para a cozinha, por exemplo, eu digo que entendi, que ele quer o leite. Assim ele vai percebendo que existem outras formas. No seu caso, eu faria assim, diria para ela, sem tom repreensivo, que ela pode reagir de outra forma. Ela vai conseguir lidar com o que tiver angustiando sua cabecinha, tenho certeza. Enquanto isso, vamos cuidando das nossas tb..rs
Escrevi um post, mas identifiquei minha dor no seu post imediatamente.
Beijos

valnete disse...

Oh Jana,
Queria poder te dizer o que é certo nestes momentos tão angustiantes para ti. Sabe, o Cris não está no espectro, não bate a cabeça, mas faz outras coisas que me deixam intrigada, triste,por exemplo, depois de muita TO, fisioterapias, fono,ele regride do nada, faz coisas que já não fazia. Neste momento a caligrafia está péssima, ele se contorse para escrever,tem comportamento infantilizado demais para a idade, está com ticks...ô vida difícil, a gente só quer o melhor para nossos filhotes...

Vaneska disse...

Bom, o que posso te dizer?
Jana, não se questione sobre o certo ou o errado... eu sei que é difícil, mas cada atitude sua está repleta de amor... então, não há como ser errado, entende?
Você está sempre tentando fazer o melhor pela pequena Leti.
Então, como vc mesma disse, tente manter o equilíbrio (mesmo nesse momento intenso de hormônios agindo em seu organismo!), porque assim vc vai conseguir, pelo menos, ter tranquilidade para continuar suas buscas e suas respostas.
Abraço forte, Vaneska.

Janaína Mascarenhas disse...

Obrigada pelo carinho, amigas-mães especiais. Alê, obrigada pela dica, tenho tentado ser mais tranquila nestes momentos. Beijos para todas.

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